Especialista explica porque Anápolis está sendo invadida por cobras

Corpo de Bombeiros também dá orientações de como agir ao encontrar ou ser atacado pelo animal

Rafaella Soares Rafaella Soares -
Especialista explica porque Anápolis está sendo invadida por cobras

Já se tornou quase corriqueiro encontrar serpentes dentro de casa em Anápolis. Apenas este ano, o Corpo de Bombeiros resgatou espécies como jiboia, cascavel e jararaca, além de outras não identificadas.

Em um dos casos, um bebê de apenas um ano teve até de ser levado ao Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia, porque foi picado por uma cobra,

Essas frequentes ‘visitas’ têm gerado certo pânico na população, que não sabe quais medidas tomar para se proteger desses animais.

Residente em Clínica Médica e Cirúrgica de Animais Silvestres na Universidade de Brasília (UnB), a médica veterinária Paula Damasceno, de 23 anos, disse em entrevista ao Portal 6 que as serpentes costumam ser atraídas por dois motivos convenientes.

“Elas buscam abrigo e alimentação. As expansões urbanas são fundamentais para limitar o habitat delas, então, principalmente nessa época chuvosa, elas buscam um lugar para se abrigar. Em relação a alimentação, as mesmas se alimentam de pequenos roedores e algumas espécies de aves.  Dessa forma, elas costumam procurar locais cheios de entulho, que vão servir tanto para abrigo quando para captar a atenção de ratos, por exemplo”, explica.

A médica veterinária também conta que pequenas ações podem ajudar a prevenir a aparição dos animais em uma residência.

“A melhor prevenção é não deixar abrigo e alimento a disposição dessas serpentes. As chances dessas ocorrências diminuem significativamente quando se toma precauções como fechar as frestas e buracos das paredes, evitar o acumulo de lixo ou entulho perto de casa, manter a grama aparada, afastar a cama de paredes, sacudir sapatos e roupas antes de usá-los, além de também usar botas quando estiver trabalhando, pisando em folhas ou capim seco e úmido e ter cuidado ao carregar tijolos, telhas e lenha.”

Em caso de acidentes, onde uma pessoa acaba sendo picada, Paula salienta que é primordial manter a calma, ficar em repouso e pedir socorro.

“O máximo que a vítima pode fazer é lavar o local com água e sabão. Qualquer manobra como sugar a ferida ou fazer torniquete é extremamente perigoso. Caso não dê para levar o animal, é importante tentar identificá-lo ou tirar ao menos uma foto para que o tratamento seja direcionado. Lembrando que existe soro antiofídico específico pra alguns gêneros de serpentes peçonhentas e isso ajuda demais em um prognóstico favorável”, frisa.

Subcomandante do Batalhão do Corpo de Bombeiros de Anápolis, o major Tiago Costa Chaves também reforça a importância de se manter longe do animal até que os agentes cheguem para fazer o resgate.

“A orientação é que as pessoas guardem uma distância segura do animal e acionem o corpo de bombeiros. A gente tem medo dela e ela tem medo da gente também. A cobra ela vai dar o bote de acordo com o alcance dela. Normalmente ela está acuada e não vai correr atrás da pessoa”, lembra.

Em casos de ataque, o major orienta que a família leve a vítima ao Hospital Municipal Jamel Cecílio, mas apenas se o transporte puder ser feito em total segurança. Caso contrário, é imprescindível aguardar os bombeiros, que são treinados para “administrar oxigênio” à vítima e monitorar os sinais vitais até chegar à unidade de saúde.

O telefone de emergência para falar com o Corpo de Bombeiros é o 193.

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