Bebê vai parar na UTI após ser queimado pela mãe e levar soco do pai em Goiânia
Ele tem apenas três meses e caso está sendo investigado pela Polícia Civil
A Polícia Civil está investigando o caso de um bebê de apenas três meses, que foi internado no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, na segunda-feira (13), vítima de maus-tratos.
O menino deu entrada na unidade desnutrido e com queimaduras na laringe e boca, além de ter tido uma das perninhas quebrada. Ao G1, a conselheira tutelar Rosimeire Fernandes Gomes contou que o pai confessou ter agredido o bebê, enquanto a mãe deu a ele leite muito quente.
“A mãe contou quatro versões, mas só uma foi confirmada pelo pai, a de que ele, em um momento de raiva, deu um soco na perna da criança. E a questão da queimadura no céu da boca da criança, foi a de que a mãe acidentalmente deu um leite quente para ele. Ele estava chorando, ela fez o leite correndo, não percebeu que o leite estava quente deu para ele”, explicou.
A história só chegou até a polícia depois que o casal levou o bebê para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e os médicos desconfiaram que os ferimentos teriam sido propositais.
Ele já havia ficado internado por 20 dias na unidade, no último mês de julho, devido a problemas respiratórios. Já nesta última consulta, foi constatado as queimaduras e a fratura na perna esquerda.
Responsável pelo caso, a delegada Ilda Helbingen Santos relatou que os pais chegaram a ser levados à delegacia. Porém, a delegada plantonista não sabia que o quadro clínico do bebê era grave e os liberou para responderem em liberdade.
“O que eles me falaram? Que ele [pai] chegou do trabalho e a criança e foi dar banho na criança enquanto a mãe preparava o leite e que ele deve ter pego. Ele falou ‘doutora, eu acho que eu peguei o bebê de mal jeito’”, disse a delegada Ilda.
Conforme o Hugol, o garotinho está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e respira com a ajuda de aparelhos. Uma equipe do Instituto Médico Legal (IML) deverá se deslocar até o hospital para fazer exames no bebê e constatar a violência.
Agora, a criança está sob a responsabilidade do Conselho Tutelar, que determinará quem ficará com a guarda. Já a mãe pediu ajuda à conselheira, dizendo ser vítima de violência doméstica. Ela contou também que conheceu o suspeito quando estava grávida e em situação vulnerável e ele decidiu assumir e registrar o bebê.
“A mãe aparentemente apresenta ter um distúrbio mental e traços de depressão. No local em que moram foi apurado que o companheiro era agressivo e a mantinha em cárcere privado. Eu ofereci abrigo porque ela alegou que sofria agressões psicológicas. A agressão ao bebê, até então, foi provocada pelo pai, que disse que foi um momento de raiva e que um ‘inimigo’ havia o utilizado para agredir o bebê”, contou Rosimeire.