Prisão inesperada de idosa de 66 anos revolta família em Anápolis
Ela teve que trocar de roupas às pressas e ficou quase uma semana encarcerada na cadeia pública da cidade
O inferno astral de Maria Izordina Martins, de 66 anos, teve fim no último sábado (15) quando um alvará de soltura determinou que ela podia voltar para casa após passar quase uma semana no Centro de Inserção Social Monsenhor Luís Ilc, a cadeia pública de Anápolis.
A idosa foi encarcerada no dia 11 de março após ser abordada por policiais militares no Residencial Pedro Ludovico, região Sul da cidade, que constataram que havia um mandado de prisão em aberto contra ela. Tudo isso por conta de uma acusação de furto feita por uma ex-patroa há quase 20 anos.
A prisão deixou Maria Izordina atônita e a família dela revoltada com o episódio.
“Minha mãe é honesta e agora estão falando mal dela no bairro”, reclamou uma das filhas da idosa.
O Portal 6 teve acesso ao processo junto à 2ª Vara Criminal de Anápolis e é necessário voltar ao mês de setembro de 1999 para entender esse imbróglio. Nessa época, Maria Izordina trabalhava como auxiliar de serviços gerais na casa de uma idosa quando acompanhou a patroa até o banco para fazer um saque de pouco mais de R$ 7 mil.
Ao retornar em casa, o dinheiro teria sido guardado pela dona em um quarto da residência, mas misteriosamente toda a quantia acabou sumindo.
Alegando que a propriedade não tinha nenhum sinal de arrombamento, a patroa procurou a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrências contra Maria, mas não apresentou nenhuma prova. Mesmo assim o caso foi enviado para Justiça, que determinou a prisão da ex-empregada em 2002. No entanto, ela já não morava no mesmo endereço e os comunicados judiciais não chegaram mais até ela.
Dia da prisão
Um carro com uma suposta placa clonada e pertencente ao sobrinho da idosa teria sido o que levou a Polícia Militar a encontrar Maria Izordina e confirmar que havia um mandado de prisão em aberto contra ela.
Segundo a filha, a idosa teve até de pedir para se trocar e mal teve tempo de avisar os familiares sobre o que estava acontecendo.
‘Ela tinha acabado de acordar quando os policiais chegaram à paisana. A casa dela é um sobrado, ela vestia roupa de dormir e eles não queriam deixar ela subir. Minha mãe precisou pedir de novo para trocar de roupa e como o celular estava no quarto, mandou uma mensagem avisando que seria levada’, contou.
Conforme a Polícia Militar, os agentes fizeram uma abordagem comum e a levaram à Central de Flagrantes, enquanto a Polícia Civil alega ter feito apenas a identificação e o encaminhamento para a cadeia. As corporações não têm nenhum registro sobre o carro clonado.
Agora que seguirá em liberdade, Maria Izordina se comprometeu a comparecer em juízo todos os meses entre os dias 06 e 10 até a finalização do processo, que está perto de prescrever, e também não poderá deixar a cidade por mais de oito dias.