Escândalo da rinha de cães de São Paulo pode ter ligações com o de Anápolis
Em cada um dos casos, mais de 30 pit bulls feridos em condições insalubres precisaram ser resgatados
Um morador de Anápolis, indiciado no caso de maus-tratos a animais descoberto no final de novembro em uma chácara instalada na região do Recanto do Sol, está sendo investigado por ligações com o escândalo da rinha de cães de São Paulo (SP).
A suspeita, revelada nesta quarta-feira (18) pelo delegado Éder Martins ao jornal O Popular, é que o homem era um dos que levava pit bulls de Goiás até o território paulista para participar das lutas. A Polícia Civil de São Paulo (PC SP) já foi contactada pelo titular do 5º DP, que trabalha para esclarecer se há relações entre os dois casos.
Em Anápolis, 30 cachorros foram resgatados no último 25 de novembro numa operação que envolveu as autoridades e Organizações Não Governamentais (ONGs) locais. Os animais estavam em condições precárias e no local também havia um tambor com restos mortais de caninos queimados.
“Possivelmente ali [na chácara próxima ao Recanto do Sol] ocorria rinha de cães”, pontuou Seliane Santos, presidente da SOS Animais, que participou do salvamento. A protetora salienta ainda que os cachorros estavam com muitas feridas e machucados pelo corpo.
Além do suspeito de levar pit bulls de Goiás até SP, outro homem já foi indiciado e mais três presos pelo delegado Éder Martins. O inquérito ainda não foi concluído pelo titular do 5º DP e esse número pode aumentar até o final das investigações.
No município de Mairiporã (SP), que fica na região Metropolitana da capital paulista, 33 cachorros foram resgatados no último sábado (14) em condições piores que os de Anápolis. Todos da raça pit bull, eles sofriam aplicações de anabolizantes e eram preparados para brigar correndo atrás de animais silvestres.
De acordo com o 2º DP de Itu (SP), que investiga o caso, 41 homens chegaram a ser presos, mas 40 foram liberados após audiência de custódia. Um deles é o médico goiano Leônidas Bueno Fernandes Filho, que pagou fiança de R$ 59.880,00. Em nota enviada ao Portal 6, a assessoria de imprensa do profissional nega envolvimento dele no caso.
“[Leônidas] estava na chácara, mas não no local onde os agentes flagraram os atos de violência contra os cães”, diz trecho do comunicado, informando ainda que ele em momento algum atuou na reanimação dos cães durante as disputas que motivaram a ação da polícia.
A assessoria ressaltou ainda que o médico havia ido de Goiânia até o local para participar de uma programação de cunho esportivo, conhecida como dog games – que é legal e de acesso público. A Câmara Municipal da capital solicitou ao Conselho Regional de Medicina em Goiás (Cremego) o cancelamento do registro dele.
“Leônidas e sua defesa aguardam o desdobramento das investigações e no momento adequado apresentarão os esclarecimentos necessários, aguardando com serenidade o desfecho do lamentável episódio”, finalizou a nota. O Cremego afirma que vai avaliar o fato dentro de sua competência legal.