Vítima de maus-tratos, idoso morre horas após ser resgatado em Anápolis

Esposa dele também era alvo e está internada. Caso está sendo investigado pela DEAI

Da Redação Da Redação -
Vítima de maus-tratos, idoso morre horas após ser resgatado em Anápolis
(Foto: Reprodução)

Um idoso de 80 anos morreu na última sexta-feira (29) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Esperança, região Sudeste Anápolis após passar anos sendo vítima de maus-tratos, juntamente com a esposa, por um sobrinho.

O caso foi revelado nesta terça-feira (02) pelo delegado Manoel Vanderic, titular da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (DEAI), em entrevista ao jornalista Jonathan Cavalcante, da rádio São Francisco.

“Fizemos o resgate desse casal que era criado por um sobrinho. Ela com 81 anos e ele com 80. Os dois estavam em uma situação deplorável de desnutrição, de sujeira e tinham escaras [ferimentos causados quando uma pessoa permanece muito tempo na mesma posição]. Nós precisamos acionar o SAMU e os dois foram levados para a UPA, mas o idoso morreu no mesmo dia”, relatou.

Segundo Vanderic, o sobrinho das vítimas já era investigado pelo Poder Judiciário por desvio de aposentadoria e agora também será apurado os maus-tratos. A situação teria chegado a esse ponto depois que os dois adoeceram e ficaram de cama, sem receber os cuidados necessários.

Agora, o maior impasse da DEAI é saber como manter a idosa em segurança. Normalmente, todos os resgatados são levados para abrigos, mas esses locais estão fechados para garantir que ninguém do grupo de risco seja contaminado com o novo coronavírus.

“Esse sobrinho já tinha sido ouvido há alguns anos. Ele é sobrinho da idosa e o casal não tem filhos, só alguns irmãos que também são mais velhos. Isso é o que complica mais nosso trabalho nesse momento, porque ela ainda está internada e quando receber alta os abrigos não poderão receber para a segurança dos outros. Nosso trabalho está bem travado”, explicou.

Esse, ainda segundo Vanderic, não é um caso isolado. Isso porque o número de denúncias cresceram consideravelmente na delegacia e os agentes precisam atender apenas os mais graves para também evitar a disseminação da doença.

Enquanto isso, seguindo os decretos estaduais, as vítimas são orientadas por telefone e precisarão aguardar para receberem atendimento presencial.

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