Aos 80 anos, homem se forma em História na UEG: “não desistam dos sonhos. Tentem”

Para concretizar o desejo de dar continuidade aos estudos, ele viajava 176 km todos os dias para chegar até a instituição

Da Redação Da Redação -
Aos 80 anos, homem se forma em História na UEG: “não desistam dos sonhos. Tentem”

José Gomes Ferreira, de 80 anos,  realizou o sonho de concluir o curso o curso superior e se formou em História na Universidade Estadual de Goiás (UEG).

A colação de grau ocorreu virtualmente na noite desta terça-feira (02) por conta da pandemia da Covid-19.  “Sonhei com uma formatura presencial, mas essa doença não permitiu”, disse ele, que foi o orador da turma.

José estudava no câmpus Norte, em Uruaçu. Quando chegou na instituição, há quatro anos,  se sentiu um pouco tímido pois iria conviver com pessoas mais jovens.

“Logo isso passou, pois fui muito bem recebido por todos na universidade”, explica.

Para concretizar o desejo de dar continuidade aos estudos, ele viajava 176 km todos os dias em transporte que tinha um custo de quase R$ 300 por mês.

Muito feliz com a conquista, José o novo historiador tem um recado para os mais jovens: “Não desistam dos sonhos. Tentem, tentem, tentem. Se for pra desistir, nem tentem”.

José Gomes Ferreira. (Foto: Divulgação)

Trajetória

A história de José  tem início lá nos idos do ano de 1939, no interior de Minas Gerais. Foi para a escola com treze anos, mas só ficou lá cinco meses, tempo suficiente para aprender a ler, escrever e fazer as contas.

O destino o trouxe para Goiás na década de 1960. Morou em Barro Alto e em 1977 mudou-se para Niquelândia, onde reside até hoje.

Na cidade, o aposentado atuou como radialista em duas emissoras, com programas que falavam de esperança e de histórias.

Cinquenta e um anos depois de ter deixado os estudos, lá estava ele novamente num banco escolar. Entrou para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e, aos 64 anos, concluiu o Ensino Médio.

Foi em 2016 que ele iniciou o curso de História, que iniciou em 2016.  O coordenador do câmpus Norte, professor Edson Arantes, explica que tudo foi feito para incluir o José e fazer com que ele se sentisse acolhido.

“Todas as nossas atividades de ensino e aprendizagem eram pensadas de forma a incluí-lo, para que tivesse um aprendizado significativo”, diz.

Para o coordenador, é um orgulho muito grande em saber que a UEG tem esse papel de inclusão, de trazer para a vida ativa pessoas que estão à margem da sociedade.

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