O drama de garotinha de Anápolis que sonha em ser bailarina profissional

Depois de perder grande oportunidade, ela recebeu uma nova chance, mas está enfrentando obstáculos difíceis

Rafaella Soares Rafaella Soares -
O drama de garotinha de Anápolis que sonha em ser bailarina profissional

Há seis anos, quando começou a fazer aulas de ballet e jazz em Anápolis, Manuella Mertig, de 13 anos, descobriu o que queria fazer para a vida inteira: dançar profissionalmente em alguma grande companhia internacional.

Cheia de talento e muito esforçada, a adolescente desde então estuda todo o tempo para se aperfeiçoar e ter passos precisos e elegantes.

Em 2017, participou de uma seleção para a Escola do Teatro Bolshoi de Joinville, considerada uma das melhores companhias do mundo, e conseguiu passar entre 2.400 candidatos. No entanto, não pôde ir por questões financeiras.

(Foto: Divulgação)

Agora, surgiu para a pequena bailarina uma nova chance de se destacar na dança. No entanto, a adolescente vive o drama de não saber como participar da seleção, por causa das restrições causadas pela pandemia.

“O teatro Basileu França abriu uma seletiva com a oportunidade de três bolsas remuneradas para as escolhidas. O Basileu é a escola que mais exporta bailarinas para fora do Brasil, então essa é a chance dela tentar essa oportunidade”, explicou Camila Mertig, mãe de Manuella.

“No edital há várias exigências e gravações de vídeos. O problema é que desde março ela está fazendo aulas apenas online. Sabemos que o corpo já não está respondendo com a mesma qualidade e em casa não temos o espaço suficiente para desenvolver um bom trabalho”, afirmou.

(Foto: Divulgação)

O edital da seleção exige passos com sapatilha de ponta, piruetas e saltos. Segundo Camila, isso só é possível em uma academia de dança, que conta com espaço e pisos adequados.

“As professoras dela se prontificaram a ajudar, mas não podem fazer na academia porque, em Anápolis, o decreto diz que somente alunos maiores de 18 anos podem fazer aulas presenciais. O que particularmente eu acho um absurdo, pois a maioria das bailarinas que precisam de aulas são na faixa etária de 11 a 18 anos”, disse.

“Tentei de várias maneiras essa liberação, uma exceção para que ela pudesse fazer aula somente com a professora dela, sem mais ninguém presente. Falei com a Secretaria da Cultura, Ministério Público, Vigilância Sanitária. Mandei mensagem até para o prefeito”, detalhou.

A família de Manoella também buscou uma advogada para ajudar no caso, mas uma liminar autorizando a utilização do espaço demoraria muito para sair. As inscrições terminarão no dia 23 de setembro.

“Não estamos pedindo nada que possa prejudicar alguém. Só queríamos que os órgãos competentes olhassem para a cultura, pois todos precisam trabalhar. Desde março as academias de dança estão fechadas, perdendo alunos, sem receber. Esses profissionais têm família e não estão recebendo nenhum auxílio e nem atenção. Não sei mais a quem recorrer”, disse Camila.

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