Áudios polêmicos de professora sobre estupro geram crise em tradicional colégio de Abadiânia

Instituição já se pronunciou em nota, mas não deixou claro se a profissional foi demitida

Gabriella Licia Gabriella Licia -
Áudios polêmicos de professora sobre estupro geram crise em tradicional colégio de Abadiânia

Desde a última quarta-feira (04), repercute fortemente nas redes sociais a polêmica aula de uma professora do Instituto Adventista Brasil Central (IABC), em Planalmira, povoado do município de Abadiânia.

Durante uma chamada de vídeo com a turma do 8º ano, uma aluna levantou uma discussão sobre o caso de Mariana Ferrer, que virou notícia nacional após ser humilhada no julgamento do empresário que ela acusa de a ter violentado sexualmente em uma festa, em dezembro de 2018.

A docente decidiu manifestar o que pensava, mas as palavras acabaram gerando uma grande revolta entre os pais e parentes dos alunos que ouviam a aula remota.

“Querem que eu dê minha opinião? Acho que os meninos vão concordar comigo. Muitas vezes, a mulher é realmente culpada de um estrupo, de alguma coisa nesse sentido. Por que a mulher tem que ficar provocando os coitadinhos dos homens?”, questionou a professora.

Segundo a profissional, as mulheres não podem reclamar de assédio se usarem roupas curtas, porque lugar de usar short é apenas na praia.

“Se o homem olha, você ainda vai falar ‘ele é um tarado’. Lógico, ele é homem! Ele tem testosterona!”, afirmou.

Durante o discurso da professora, é possível ouvir quando alguns garotos da turma dão risadas. Por isso, ela finaliza o discurso reafirmando mais uma vez que crimes de cunho sexual são culpa das mulheres.

“Quando um homem fica sexualmente assim, com vontade, ele tem tesão só de olhar a perna da mulher. Depois o homem olha, segue uma mulher dessas, e ela ainda joga na cara dele que ele é tarado. Por que ela não se vestiu decentemente?”.

Os áudios foram tornados publicos por uma digital influencer, que tem dois irmãos na escola e considerou a situação inaceitável. Assista:

O colégio

Com tanta repercussão sobre o caso, vários internautas começaram a pressionar o Instituto Adventista Brasil Central (IABC) para se pronunciar sobre o episódio.

Nesta quinta-feira (05), por meio do Instagram, a instituição divulgou uma nota lamentando a situação e afirmando que não compactua com os pensamentos particulares da professora.

A unidade de ensino não deixou claro se a ação da educadora foi passível de demissão. Informou apenas que ela foi afastada das funções que exercia.

Resposta do Colégio feita pelas redes sociais

Resposta do Colégio feita pelas redes sociais/ Foto: Captura

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