Apesar de ser legista, não gosto de ir em velórios e hoje trago para vocês essa reflexão

José Fernandes José Fernandes -
Apesar de ser legista, não gosto de ir em velórios e hoje trago para vocês essa reflexão
(Foto: Arquivo Pessoal)

Vou dividir uma particularidade com vocês leitores. Apesar de ser legista e hoje já ter feito duas necropsias, não gosto de ir em velórios. Medo? Claro que não. Talvez a fraca percepção de trazer à memória somente as imagens em vida daquele que se foi.

Salomão em sua grandiosa sabedoria afirmou: “Melhor é ir à casa onde há luto, do que ir à casa onde há banquete…”. Essas fortes palavras não significam que ir ao velório seja a preferência das pessoas. A reflexão é que irmos onde há luto, nos causa impacto mais profundo sobre a brevidade da vida e a nossa pequenez. Possibilita alcançar a sabedoria em momentos difíceis de luta e de dor.

Há dois dias fui em um velório de um paciente amigo. Não tenho idéia de quantas consultas tive o prazer de assistí-lo, afinal convivemos em uma relação de confiança médico paciente por 15 anos. Sabíamos quando ele chegava no hospital ou na clínica. Mesmo com dor, ele descontraía todo ambiente e colocava todos ao redor sorrindo. As gargalhadas na recepção, dava para ouvir de longe. Era único. Isso é o que fica desse amigo. Momentos…

Quero nesse texto, compartilhar três lições de experiências de vida que fica com a ausência de mais um amigo, e as vantagens de um bom relacionamento:

1) FELICIDADE: ter dinheiro não significa ser feliz. Acreditem! Ter bons relacionamentos sim. Ser feliz na vida profissional é também ter uma boa equipe de trabalho, engajada nos mesmos princípios e valores.

2) PROSPERIDADE: o segredo para sermos prósperos é servir ao próximo. Não precisa ser político para isso. Aliás, a maioria dos políticos sequer tem esse princípio. Ao servirmos, ficamos realizados e transbordamos na vida de outros.

3) TER PAZ: bons relacionamentos nos leva aos melhores lugares. É a lei da semeadura. Plantou, colheu.

Esse amigo morreu. Antes disso, sorrimos muito. Ele teve um filho assassinado e por vezes, atrás daquela alegria, confessava a mim que queria desistir da vida. Que tinha perdido o gosto de viver. Após alguns minutos de conversa, já pensava “tem gente ainda que precisa de mim” e se fortalecia. Isso era o suporte para ele continuar.

Nós precisamos uns dos outros para vivermos e sermos felizes. Vamos viver bem com as pessoas.

Vá em paz meu amigo!

José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo PSB. Escreve todas às sextas-feiras. Siga-o no Instagram.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as visões do Portal 6.

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