Saúde de Anápolis está em alerta para detectar ‘hepatite misteriosa’

Município ainda não teve notificações da doença, mas profissionais da Semusa passaram por treinamento para identificar eventuais contaminações

Lucas Tavares Lucas Tavares -
Saúde de Anápolis está em alerta para detectar ‘hepatite misteriosa’
Visão aérea da região Central de Anápolis. (Foto: Bruno Velasco)

A preocupação mundial com a hepatite misteriosa já chegou até as autoridades de saúde de Anápolis. De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde, Mirlene Garcia, os profissionais da área estão se preparando para mais esse desafio.

“O município passou por treinamento junto ao Ministério da Saúde na segunda-feira (16), sobre critérios, amostras e como será a condução de casos suspeitos no município e no estado”, afirmou.

Segundo ela, as equipes estão vigilantes e seguindo os protocolos de investigação, com supervisão e amostras específicas de sangue, soro, secreção naso-faríngea e fezes.

Médico infectologista, Marcelo Daher, explicou que os sintomas dessa doença são os clássicos de uma hepatite viral, porém o agente causador não.

“As crianças apresentaram mal estar, náuseas, vômito e ficam com o olho amarelo, isso chamou muito atenção. Muitas crianças evoluíram não só quadros mais graves, como para a necessidade de transplantes hepáticos”, afirmou.

“Porém, o agente etiológico não foi identificado. Se buscava o diagnóstico que a gente já conhece, hepatite A, B, C, D, E, F e em outros diagnósticos como infecção por citomegalovírus e Epstein-Barr. Todas elas deram negativas”, continua.

O Ministério da Saúde afirma que, no Brasil, já existem casos suspeitos nos estados do Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Em Anápolis, nenhuma notificação foi registrada.

Em meio às incertezas, por conta da precoce descoberta, muitas pessoas se aproveitam da situação delicada para espalhar fake news, que são totalmente descartadas pelos médicos e pesquisadores.

“Não tem relação com a vacina, porque a maioria das crianças não se vacinou ou não tinha nem idade para se vacinar. É uma doença que acomete crianças de 01 a 12 anos, podendo chegar até 18 anos, mas a maioria dos casos é são nas pequenas”, disse Marcelo Daher.

Sobre o tratamento, o especialista diz que ainda não há um efetivo para combater a nova infecção. Porém, frente aos sintomas, um profissional deve ser procurado o quanto antes.

“O médico deve fazer a notificação, o Ministério da Saúde já está atento a isso, para que a gente consiga diagnosticar precocemente e tentar algo para diminuir a inflamação, existe medicamentos para diminuir a gravidade”, concluiu Daher.

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