Escritora de Anápolis que se redescobriu nos livros supera doença e brilha na Bienal de São Paulo

Iraides Barbosa começou a se dedicar aos livros depois que teve diagnóstico há quatro anos e hoje está no maior evento literário do país

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Iraides Barbosa está expondo os livros autorais em um dos maiores eventos literários da América Latina. (Foto: Reprodução/Instagram)
Iraides Barbosa está expondo os livros autorais em um dos maiores eventos literários da América Latina. (Foto: Reprodução/Instagram)

Um momento de completa dor e insegurança foi transformado em forte esperança e levou a escritora anapolina Iraides Barbosa a celebrar a vitória numa exposição dos livros por ela escritos, na famosa Bienal Internacional de São Paulo.

Em um relato repleto de emoções, Iraides, diretamente do grande evento literário, contou ao Portal 6 que viu a vida virar do avesso bem no momento em que decidiu buscar grandes sonhos.

Em 2018, antes de começar a se dedicar a literatura, a escritora foi diagnosticada com trombose e um micro AVC do tipo isquêmico. O tratamento exigiu muitos medicamentos, que acarretaram outros problemas.

“Trinta dias ingerindo ansiolíticos, anticoagulantes e outros e a mente reclamou apresentando dificuldade de concentração. Fiquei revoltada internamente. Justo agora que escolhi cuidar melhor de mim e realizar alguns sonhos?”, relatou pesarosa.

Porém, Iraides decidiu não abandonar os sonhos. Focada, se dedicou à escrita do primeiro livro, ao qual destinou pensamentos de felicidade.

“Troquei as cápsulas por pílulas de inspiração. Persegui um caminho novo, me revestindo de confiança. Tranquei o medo mortífero numa página que rasguei e soltei ao vento. Carreguei folhas em branco na bolsa, no carro e nas mãos. Assim me convencia do quanto teria para criar”, relembrou.

Assim, nasceu O Barquinho de Papel, obra que retrata a  própria autora que se via em um barquinho de papel com um grande sonho, o de navegar nas águas bravas do oceano.  Durante o processo de criação, com medo de não conseguir terminar, a anapolina se dedicou ainda mais.

“Sabendo da possibilidade da vida se esvair a qualquer instante, instante breve de mim, surgiu na forma de poema. Páginas e mais páginas foram alinhavadas. E não retratavam partida ou tristeza, mas revelavam sonhos e esperança”, destacou.

Após o primeiro livro, as realizações passaram a ser mais frequentes. Logo, Iraides tornou-se triatleta das letras, com a publicação de A Garota da Latinha Mágica e o romance Quatro Razões para Sobreviver.

Do consultório à bienal

Quatro anos depois, a escritora realizou uma série de consultas médicas e exames. Neste momento, foi que ela entendeu o real significado de milagre e ganhou mais um motivo para celebrar.

“Quatro anos sem exames médicos. Chegou a hora, pensei. Nova consulta. Novos exames e um resultado que me remeteu à palavra milagre. Houve reabsorção completa com recanalização do seio sagital não havendo sinais da trombose”, contou.

Curada, a escritora apresenta as importantes obras literárias que hoje são símbolo da grande conquista, na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, um dos maiores eventos literários da América Latina.

“A minha participação na 26ª Bienal Internacional de São Paulo é comemorativa. Tem a emoção de presente, embalado em gratidão. Estou acessando leitores e recebendo fôlego de vida”, compartilhou.

“Antes de iniciar nessa aventura, a expectativa era de escrever algumas páginas, enquanto a saúde permitisse. Após vivenciar todas as etapas, estou orgulhosa, grata e feliz por realizar um sonho e por inspirar pessoas com os textos que escrevo”, finalizou.

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