Até 120 dias de espera: esse foi o prazo de entrega de motos em Goiânia com a explosão no preço dos combustíveis
Demanda já está no nível moderado e demora também foi reduzida, mas clientes ainda enfrentam filas
A procura por motocicletas zero quilômetros, a pronta entrega, segue em alta em Goiânia. Desde o ano passado, a oferta tem sido maior do que a demanda, segundo representantes do setor. Porém, conforme avaliação das últimas semanas, a expectativa é de redução nas filas de espera.
O gerente de marketing da Saga Moto Yamaha, Leandro Felipe, conta que, ainda assim, os modelos têm chegado às lojas praticamente vendidos.
“A alta nos combustíveis contribuiu bastante para o aumento na demanda. Mas a gente também vê muitas pessoas que querem reduzir despesas gerais da casa, além de custos de manutenção em comparação com um carro”, conta.
O tempo de espera pelas motos mais requisitadas na loja já chegou a 120 dias. Neste mês, porém, a demanda está moderada. “Nos modelos mais tradicionais, esse intervalo atualmente tem sido de 15 a 20 dias no máximo”, revela.
O mesmo cenário é observado pela gerente de vendas da Belcar Motos, Lorena Mendes Lima. “Quando começou a escalada nos preços da gasolina, foi um ‘boom’ mesmo. Agora, o movimento começou a se normalizar, semelhante ao que víamos antes da Covid-19”, avalia.
Para ela, a pandemia também alterou o comportamento de compra do consumidor. “Por exemplo, houve crescimento nos pedidos pelos canais digitais de vendas e no relacionamento com os clientes”, afirma.
Ambos os representantes apontam o modelo Fazer de 250 cilindradas como o que faz mais sucesso entre os clientes goianienses.
Peças mais caras
Desde o início da pandemia, o setor lida com o aumento no preço das peças e a dificuldade de disponibilidade dos materiais. “Primeiro teve essa grande emergência de saúde pública no mundo, depois as montadoras sofreram com o bloqueio do Canal de Suez. Estamos sempre à mercê de fatores internacionais”, aponta Leandro Felipe.
O gerente de marketing da Saga Motos explica que, neste ano, os valores também são afetados pela guerra na Ucrânia. “A produção de freio ABS é diretamente influenciada pelo conflito, a título de exemplo, porque os maiores fornecedores estão na região”, informa.