Quais as principais mudanças sentidas com a chegada do 5G em Goiânia

Ao Portal 6, especialista aponta oportunidades de negócios, além da relação de consumo com as operadoras

Emilly Viana Emilly Viana -
Quais as principais mudanças sentidas com a chegada do 5G em Goiânia
Antena 5G. (Foto: Jeremy Bezanger/Unsplash)

A internet móvel de quinta geração (5G) será ativada em Goiânia na próxima terça-feira (16), mas chega com algumas ressalvas para os moradores da capital. É o que aponta o especialista em Tecnologia da Informação, Ralph Rangel.

Ex-secretário executivo na Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia de Goiânia, Rangel explica ao Portal 6 que, apesar da novidade, o sinal não alcançará toda a cidade. Apenas setores como Marista, Bueno, Jardim presidente e Faiçalville recebem a nova tecnologia. Não por acaso, os bairros estão entre os que possuem o metro quadrado mais caros da cidade, segundo o índice Fipezap.

A ampliação da cobertura, de acordo com o especialista, vai depender das operadoras. “São elas que vão definir onde serão instaladas as antenas, conforme a base de clientes, e onde serão feitos os investimentos”, informa.

Além disso, somente aparelhos preparados para captar o chamado ‘5G puro’ perceberão a diferença. “Antes de ter a tecnologia no Brasil, as empresas de telefonia e internet já anunciavam 5G para cá e para lá. Mas esse não é o puro, mas sim algo que chamamos de 4,5G”, esclarece.

No mercado, a expectativa é os planos oferecidos pelas operadoras não sofram mudanças ou reajustes. “É o que se espera. Com uma internet até 100 vezes mais rápida, as empresas com certeza vão ganhar mais clientes e ainda tem aquele cliente que não possui um aparelho capaz de captar o sinal puro nesse primeiro momento”, avalia.

O 5G já passa por testes em Goiânia desde a última terça-feira (09). O objetivo é averiguar eventuais interferências na cobertura. “Com tudo certo, a liberação da faixa para ativação será formalizada pela Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] nesta sexta-feira (12)”, completa.

O que muda

Para os usuários, a principal mudança será na taxa de latência. “É como nós chamamos o tempo que o aparelho leva para se conectar com a rede. Um exemplo é quando você clica em um aplicativo de streaming e demora uns quatro ou cinco segundos para abrir, o que será instantâneo com o 5G”, aponta.

No casos das empresas, os benefícios são ainda mais significativos. “Vamos passar a usar o verdadeiramente o que chamamos de ‘internet das coisas’, que seria a conexão com objetos do dia a dia. Em Goiás, que tem um agronegócio muito forte, a tecnologia poderia trazer informações em tempo real sobre a colheita e condições de solo”, expõe.

Isso significa, segundo Ralph Rangel, novas oportunidades de negócios. “O mercado de carros autônomos, por exemplo. As pessoas pensam que isso é um futuro distante, mas há cinco anos seis anos não tínhamos um serviço de transporte por aplicativo estruturado e agora isso é um recurso corriqueiro”, cita.

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