Quebrando tabus, única mulher gari em Goiânia vai enfrentar competição ‘pesada’ na capital

Ao Portal 6, servidora conta como concilia as duas modalidades a rotina de treino

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Quebrando tabus, única mulher gari em Goiânia vai enfrentar competição ‘pesada’ na capital
Silvana é a única gari na coleta orgânica de Goiânia. (Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia)

“Por eu ser uma mulher, muitas pessoas achavam que eu não daria conta de fazer os trabalhos, mas eles se enganaram e eu estou aqui até hoje”, conta Silvana Mafra, de 40 anos. Rompendo com alguns tabus sociais, a mulher foi capaz de se destacar profissionalmente em um ambiente que, ainda hoje, é dominado por homens em Goiânia: o trabalho na coleta seletiva de caminhão. 

Desde 2010, a profissional atua como gari na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), sendo a única pessoa do sexo feminino a desempenhar a função no local. 

Ao Portal 6, ela afirma que tudo começou, após decidir correr atrás do sonho e prestar uma prova de concurso para o cargo, recebendo logo o resultado positivo para a ação. 

“Para mim só de ser a única mulher da coleta, é um sonho que eu consegui realizar. Eu estou aqui até hoje e eu não pretendo parar tão cedo”, destaca. 

Quando ela diz que não pensa em desistir, é para valer. Silvana também investe “pesado” em outra atividade: a musculação. 

A paixão pela área não é algo recente e iniciou-se em meados de 2014, após Silvana encontrar nos esportes um incentivo na rotina – que, diga-se de passagem, está longe de ser tranquila. 

“Eu acabei me identificando com a musculação há cerca de oito anos. Depois, passei a fazer crossfit, cerca de dois anos atrás e tem sido bastante bom”, confessa. 

Silvana Mafra treinando pesado para competição. (Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia)

Foi por meio dos treinos que a profissional passou a se aprimorar nas atividades e, assim, começou a participar de algumas competições sediadas em Goiás. O empenho lhe rendeu incontáveis títulos e reconhecimento no cenário estadual. 

Apesar da dedicação, conciliar a rotina de trabalho com os treinos é “puxado”. Normalmente, a atleta treina cerca de três vezes ao dia e, ao chegar em casa, se prepara para ir trabalhar na parte da noite. 

“Tem dia que a gente tá mais cansado devido aos horários. Às vezes nem dá para dormir tão bem, mas é algo que vale a pena e eu gosto”, ressalta. 

Agora, a servidora se prepara para disputar o Campeonato de Força que ocorrerá em Goiânia no mês de novembro. 

“É preciso combater o machismo e lembrar todo mundo que as mulheres são capazes de desempenhar qualquer função ”, diz.

Gabriella Pinheiro

Gabriella Pinheiro

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, está sempre atenta aos temas que impactam o dia a dia da população. Começou como estagiária no Portal 6 e, com dedicação e olhar apurado, chegou à editoria. Tem interesse especial na prestação de serviços, mas não dispensa uma boa reportagem ou uma história bem contada.

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