“Advogados eram verdadeiros garotos de recado do crime organizado”, diz delegado

Profissionais de Goiânia, Anápolis e Distrito Federal recebiam até R$ 20 mil por informações repassadas aos criminosos

Karina Ribeiro Karina Ribeiro -
Momentos antes de policiais saírem para cumprimento de mandados. (Foto: Divulgação/PCGO)

16 advogados de Goiânia, Anápolis e Brasília foram presos preventivamente na manhã desta terça-feira (06) suspeitos de facilitar o acesso a informação de presos integrantes de facção criminosa do Presídio Especial de Planaltina (PEP).

De acordo com o delegado da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), Thiago Martimiano, os advogados não realizavam nenhum atendimento jurídico, somente repassavam informações do mundo externo. “Eles eram verdadeiros garotos de recado do mundo do crime’,  salientou.

Conforme ele, em função do recrudescimento ao acesso de aparelhos celulares por meio dos agentes penais, os criminosos cooptavam advogados de início de carreira com pagamento de quantias vultosas para repassar informações sobre o funcionamento tráfico de drogas, como locais de encontro e entregas de armas e entorpecentes .

“Esse valor varia de acordo com a hierarquia desses advogados, inclusive, alguns são faccionados. Mas pelo que a gente consegue perceber varia de R$ 5 mil e R$ 20 mil por mês ou até por atendimento, de R$ 20 mil, por exemplo”, explicou.

Ele explica que a metodologia do crime consiste em levar recados para os presos por meio de bilhetes e, no local, eles transmitiam as informações via interfone.

 

 

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