Entrevistador do Datafolha foi agredido por bolsonarista em Goiânia, diz jornal

Instituto está em 470 cidades para realizar uma pesquisa da corrida à Presidência da República

Rafael Tomazeti Rafael Tomazeti -
Entrevistador do Datafolha foi agredido por bolsonarista em Goiânia, diz jornal
Urna eletrônica. (Foto: Rubens Cavallari/Folhapress)

Um homem, que se identificou como apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), agrediu um entrevistador do Datafolha em Goiânia.

O caso, segundo o jornal Folha de São Paulo, aconteceu nesta terça-feira (13), quando equipes saíram as ruas para realizar sondagens sobre a eleição presidencial deste ano.

O agressor empurrou o profissional e afirmou não querer que pesquisadores do instituto trabalhem nas redondezas.

O caso da capital goiana foi um entre vários. Em um dia, foram dez intercorrências, também nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Maranhão, Pará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Em um município do Rio Grande do Sul, um pesquisador foi levado para averiguação por um policial que se identificou como eleitor de Jair Bolsonaro (PL). Antes de chegarem à delegacia, ele parou o carro e fez perguntas ao pesquisador que, na sequência, foi liberado e continuou seu trabalho em outro local.

De acordo com Luciana Chong, diretora geral do Datafolha, relatos de pessoas que passam gritando, acusando o instituto de ser comunista ou tentando filmar os entrevistadores como forma de intimidá-los têm sido comuns.

Ela nota, contudo, que há uma piora no cenário –especialmente depois do feriado de 7 de Setembro, quando houve atos pelo país a favor de Bolsonaro.

“O pesquisador está fazendo a entrevista e chega alguém querendo ouvir, dar sua opinião, querendo responder”, diz Chong. “São pessoas que querem mesmo interferir.”

Nesta quarta-feira (14), viralizou um vídeo de uma pesquisadora gravada por bolsonaristas no dia anterior na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo.

“Se você é bolsonarista, ela não aceita, só aceita do Lula”, diz o autor do gravação, que usa outras expressões como: “Datafolha lixo”, “pilantragem do Datafolha”, “canalha”, “sujo”, “mentira”, “falsa”, “falcatrua”.

O instituto explica que os pesquisadores recebem um treinamento padronizado, que determina que pessoas que se oferecem para serem entrevistadas devem ser obrigatoriamente evitadas, para que a amostra seja aleatória.

A próxima pesquisa Datafolha está prevista para ser divulgada na sexta-feira (16). As sondagens serão publicadas semanalmente até a data da eleição.

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