Entenda por que quando a energia acaba em Goiás o sinal 4G também não funciona

Problema acontece principalmente durante o período de chuvas e especialistas explicam os motivos

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Em Goiás, problemas com sinal de 4G quando a energia cai são frequentes. (Foto: Rafaella Soares/Portal 6)Entenda por que quando a energia acaba em Goiás o sinal 4G também não funciona
Em Goiás, problemas com sinal de 4G quando a energia cai são frequentes. (Foto: Rafaella Soares/Portal 6)

Com as chuvas constantes que estão caindo em Goiás, diversos goianos andam passando um verdadeiro sufoco ao ficarem sem sinal de 4G quando a energia acaba.

Normalmente, esses temporais já tradicionais na época costumam causar inúmeros transtornos nas cidades, gerando instabilidades na rede elétrica, bagunçando o trânsito e afetando até mesmo as redes de telefonia móvel.

Assim, diante da dúvida de inúmeros goianos a respeito do motivo que leva o sinal de 4G cair no Estado juntamente com a energia, o Portal 6 entrou em contato com especialistas para explicarem este fenômeno.

“Os sistemas de telecomunicações precisam de energia constante e de qualidade para funcionarem. Geralmente, se utiliza da rede das concessionárias de energia elétrica e outros sistemas para dar suporte à qualidade de energia elétrica, como retificadores/carregadores com banco de baterias, UPS (no-break) e/ou Grupo Motor Gerador”, exemplificou João José Batista Pereira, professor do Instituto Federal de Goiás (IFG).

“Se houver falta de energia elétrica na Estação Rádio Base (ERB) de alguma localidade, estes sistemas de energia elétrica complementar deve entrar em ação substituindo a energia elétrica fornecida pela concessionária”, completou.

À reportagem, Adriano Machado dos Santos, mestre em engenharia elétrica, destacou que praticamente todas as localidades contam com um sistema de geração própria, no entanto,  aquelas que não possuem acabam sofrendo sem sinal.

“É raro locais que não tenham um sistema alternativo de energia para caso tenha queda. Se não tem, ele não consegue retornar e fica indisponível essa parte do serviço”, apontou.

O especialista aponta que até mesmo nas regiões que contam com estes serviços alternativos, a população precisa ter paciência, pois leva um certo tempo para que o sistema de geração própria comece a funcionar e reestabeleça o sinal das redes de telecomunicações.

Adriano Machado também destacou que, muitas vezes, por serem mais antigas, as instalações responsáveis pelo sinal das companhias de telefonia exigem menos energia, permitindo assim que os usuários continuem utilizando alguns serviços mais básicos.

“O que acontece é que normalmente, as instalações mais antigas são mais simples e precisam de menos energia para funcionar e muitas vezes eles são conectados ao sistema de bateria. Então é mais você ter aquela cobertura básica quando cai a energia, que ai fica funcionando só o sinal de voz ou aquela internet mais antiga, que é aquela 3G”, pontuou.

O mestre em engenharia elétrica também revelou que principalmente os grandes centros utilizam baterias para controlar o sinal de 4G, não causando assim prejuízos quando ocorre queda de energia. Todavia, este é um investimento bastante elevado, motivo que faz com que seja adotado apenas em pontos estratégicos.

“Então, em boa parte você vai ter a situação mais usual, que é o sistema conectado ao sistema de distribuição de energia da concessionária. Que ai se cai a energia, tem que entrar o gerador em funcionamento para só então reestabelecer”, ressaltou.

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