O histórico dia em que caças da Base Aérea de Anápolis perseguiram e foram perseguidos por OVNIs

Episódio marcou o sistema de defesa do país, virou destaque na imprensa e ainda permanece cercado de mistérios

Augusto Araújo Augusto Araújo -
O histórico dia em que caças da Base Aérea de Anápolis perseguiram e foram perseguidos por OVNIs
Caça Mirage 2000 da Força Aérea Brasileira. (Foto: Cabo V. Santos/ FAB)

19 de maio de 1986. Essa data é conhecida no Brasil como “A Noite Oficial dos Óvnis”, marcando um episódio que marcou o sistema de defesa do país e, quase 37 anos depois, segue repleto de mistério.

Nesse dia em questão, 21 objetos voadores não identificados (OVNIs) foram avistados por dezenas de testemunhas, entre civis e militares, nos estado de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Diante de uma possível ameaça externa e inesperada, três jatos Mirage foram acionados da Base Aérea de Anápolis com o objetivo de interceptá-los. Foi necessário também que caças da base aérea fluminense em Santa Cruz entrassem em ação para ajudar os pilotos goianos.

A tarefa não foi fácil e a experiência vivenciada por todos os profissionais envolvidos até hoje é tida como surreal.

A “Noite Oficial dos Óvnis” teve início por volta das 20h. O controlador de voo Sérgio Mota da Silva estava realizando suas atividades de forma corriqueira, em São José dos Campos (SP), quando reparou em um ponto luminoso pairando no céu.

O ponto chegou a desaparecer, mas logo em seguida voltou, com um brilho ainda mais intenso. Em entrevista à BBC Brasil, em 2022, Sérgio afirmou que era cintilante e multicolorido.

Logo depois, muitos outros pilotos também alegaram ter observado luzes semelhantes no céu. Como esses pontos acabaram sendo detectados pelos radares da Aeronáutica, teriam tamanho suficiente para colocar em risco os aviões que trafegavam na região.

Os cinco caças perseguiram em vão os pontos luminosos por cerca de 04h. No entanto, em nenhum momento conseguiram acompanhar de perto os objetos.

Isso porque os OVNIs aceleraram de forma brusca e com uma velocidade equivalente a 18.375 km/h, 15 vezes maior que a velocidade do som.

Para efeitos de comparação, a aeronave mais rápida da história atingiu a velocidade máxima de 7.274 km/h, em 1967.

Além disso, as luzes em determinado momento pareceram “brincar” com os aviões perseguidores, chegando a voar de forma organizada ao redor dos caças, como se estivessem fazendo uma escolta.

Os caças voltaram às suas respectivas bases depois que os OVNIs não foram mais vistos. A impressão dos pilotos, descrita em relatório do Centro Integrado de Defesa Aérea e de Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), dão mais detalhes.

Eles descreveram os OVNIs como pontos luminosos enormes, que possuíam até 100 metros de diâmetro e apresentavam características impressionantes.

Eles tinham a capacidade  de pairar estáticos no céu, voar em zigue-zague e fazer curva em ângulo reto. Outra característica percebida era a mudança cor, trajetória e altitude em que atingiam velocidades ultrassônicas.

“Como conclusão dos fatos constantes observados, em quase todas as apresentações, este Comando é de parecer que os fenômenos são sólidos e refletem de certa forma inteligência, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores, como também voar em formação, não forçosamente tripulados”, apontava o documento.

Repercussão

Tamanha experiência não ficou restrita às autoridades da Força Aérea Brasileira (FAB) e foi bastante explorada pela imprensa, sobretudo a televisiva.

Tecnicamente, é possível tentar explicar tudo o que aconteceu, mas o fato alimentou e ainda alimenta teorias estranhas.

Uma reportagem do Fantástico reviveu o episódio 30 anos depois dando ainda mais detalhes. Assista:

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