Um em cada cinco adultos em Goiás sofre com hipertensão arterial, mostra pesquisa

Cardiologista explicou ao Portal 6 quais são os fatores de risco e como evitar a progressão da doença

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Um em cada cinco adultos em Goiás sofre com hipertensão arterial, mostra pesquisa
Muitas pessoas não sabem que possuem a doença. (Foto: Reprodução / Prefeitura de Goiânia)

Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde (MS) apontou que Goiás possui mais de 1,1 milhão de pessoas sofrendo com hipertensão arterial.

O levantamento Vigitel leva em consideração dados coletados em 2022, através de entrevistas realizadas por ligações telefônicas (tanto números fixos quanto celulares) em amostras da população acima de 18 anos em todo o país.

Ainda de acordo com o estudo, esse total seria equivalente a 22% dos adultos do estado – um a cada cinco, o que levanta motivos para preocupação entre os goianos.

Ao Portal 6, Lenita Vieira Braga, médica cardiologista e professora da UniEVANGÉLICA, explicou que a hipertensão é uma doença silenciosa, que não costuma deixar sintomas em um primeiro momento.

No entanto, quando ela se manifesta, são em situações muito graves, como no caso do paciente ter sofrido um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC).

“A recomendação é que as pessoas façam a medição da pressão pelo menos duas vezes ao ano, para ir acompanhando. O exame pode ser feito por qualquer médico, não precisa ser um especialista, mas é importante que seja feito com regularidade”, afirmou Lenita.

Caso uma primeira aferição tenha como resultado uma pressão arterial igual ou superior a 14/9, uma nova medição deverá ser feita, em outra consulta, para atestar o quadro clínico.

Após confirmação do diagnóstico, a cardiologista orienta que o paciente siga corretamente a rotina de medicações e consultas médicas para manter o quadro controlado, não negligenciando o próprio estado de saúde.

Fatores de risco

A especialista apontou que existem diversas condições que favorecem o surgimento da hipertensão. Dentre elas, estão fatores genéticos, sedentarismo, alimentação inadequada ou consumo de álcool em excesso.

Nesse sentido, Lenita indicou algumas medidas comportamentais que podem ser tomadas para evitar o desenvolvimento da doença.

“A prática de atividades físicas regulares, de aproximadamente 150 minutos semanais, algo entorno de meia hora entre segunda e sexta, já faz a diferença. Além disso, ingerir mais de 30 mg de álcool diariamente, o equivalente a uma garrafa de cerveja ou duas taças de vinho, é um fator de risco para a pessoa”.

Por fim, a cardiologista afirmou que uma dieta balanceada, rica em potássio, vegetais e com baixo teor de sódio, chamada dieta dash, pode fazer a diferença para hipertensos.

“Nós sempre lembramos que a população deve procurar assistência médica e seguir as orientações. A hipertensão favorece o surgimento de doenças cardiovasculares, que são o maior fator de mortes e hospitalizações no mundo”, conclui Lenita.

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