‘Eu imploro para Anápolis, me tira essa dor’, diz idoso que busca tratamento contra câncer
Wanderlei chegou a conseguir uma liminar na Justiça para passar por consulta, mas afirma que segue sem receber nenhuma ajuda
“Eu imploro para Anápolis, a cidade que eu moro há 30 anos, que eu amo, que me ajude a tirar essa dor”. Esse é o desabafo de Wanderlei Sousa da Silva, de 65 anos, que há três meses teve o diagnóstico de mieloma múltiplo, um câncer que tem início na medula óssea e causa dores lascinantes.
E o pedido de ajuda se dá por uma razão: o idoso afirma não estar conseguindo na rede pública os atendimentos que precisa para aliviar os sintomas e tratar a doença.
Ao Portal 6, Wanderlei relatou que, no dia 25 de agosto, conseguiu uma liminar na Justiça que determinava o prazo de 48h para a designação de consulta médica especializada em oncologia. Apesar da decisão, o paciente afirma não ter passado por médico algum.
“Se eu mexo um braço ou uma perna, vem a dor na coluna. Eu até choro, não aguento mais sentir dor todo dia. Alguns amigos estão me ajudando com morfina, mas a dor é constante. Prefeito Roberto, Secretaria de Saúde, Hospital Araújo Jorge, me ajudem. Eu peço dignidade, preciso de tratamento, por favor, façam isso por mim”, expressou, emocionado.
No dia 05 de julho e 03 de agosto, Wanderlei também afirma ter consultas junto às unidades oncológicas do município de Anápolis e do Estado de Goiás. Porém, diz ter sido enviado ao final da fila e nunca ter recebido atendimento.
Em trecho da decisão liminar, suscitada pelo desembargador Carlos Roberto Fávaro, pontua-se que ele teria quatro lesões profundas e acometimento generalizado, o que reforça a urgência do tratamento e da medicação.
Ainda é apontado no documento o chamado periculum in mora – que seria o risco de morte e maiores complicações, em caso de demora ao tomar as providências necessárias.
Como o idoso afirma ter pedido ajuda junto ao Município e ao Estado, o Portal 6 solicitou posicionamentos da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) e da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO).
Em nota, a Semusa afirmou ter conhecimento do caso, mas apontou que a responsabilidade do atendimento, apesar de Wanderlei ser morador de Anápolis, foi redirecionada para Goiânia.
Já a SES, até o momento desta publicação, ainda não se pronunciou sobre o caso.