Entenda o que há por trás da chamada “impotência sexual”
Uso contínuo de medicamentos ou substâncias para ajudar na relação são nocivos à saúde
A antes chamada “impotência sexual”, e atualmente denominada disfunção erétil (DE), a incapacidade de se obter e/ou manter a ereção peniana suficiente para um desempenho sexual satisfatório é um problema que requer muita atenção.
Vários estudos demonstram que até 52% dos homens podem ter algum grau – disfunção leve, moderada ou grave. Para ajudar, muitos recorrem a medicamentos ou substâncias para ajudar na relação sexual.
Porém, quando são usados de forma contínua, e em doses altas, os efeitos podem ser bastante nocivos. Sobretudo o mais famoso deles, o viagra, também conhecido como azulzinho e pílula azul.
Esse medicamento foi primeiramente estudado para hipertensão arterial e angina (dor no peito), pois tem como princípio ativo, a sildenafila. E, como consequência, ajudou milhões de homens na disfunção erétil.
Desde então, com seu lançamento em 1998, foram realizados diversos outros estudos e discussões sobre seus efeitos.
->Como funciona o medicamento?
A ação do Viagra –assim como de versões com outros nomes comerciais, como Cialis e Levitra, além dos genéricos — é inibir a atividade da enzima PDE5 (fosfodiesterase 5).
A PDE5 impede a ereção porque prejudica a vasodilatação e a irrigação sanguínea no pênis. Sem essa a ação da enzima no momento do estímulo sexual, potencializa-se o efeito do óxido nítrico, que é um vasodilatador natural do organismo, e a ereção pode acontecer.
-> Quais os fatores de risco?
Diabetes, hipertensão arterial, colesterol e triglicérides altos, obesidade (a chamada Síndrome Metabólica), vida sedentária, álcool em excesso, fumo, depressão.
Não devemos esquecer também que alguns medicamentos podem influenciar na qualidade das ereções e sua substituição por outros medicamentos, podem ajudar a reverter, sempre sob supervisão médica.
->Causas da disfunção erétil?
Causas psicológicas e orgânicas. A psicológica em geral é recente, de início abrupto e não está associada a fatores de risco orgânicos.
Muitas das vezes é intermitente, acontecendo em algumas situações, com determinadas parceiras ou em determinados locais.
Muitos dos homens referem masturbações normais, mas não conseguem ereção satisfatória na relação sexual.
Já a causa orgânica em geral vem de longa data, com a qualidade da rigidez diminuindo progressivamente ao longo dos meses e anos e não é intermitente.
Em geral, é proveniente de alterações vasculares (artérias e veias) do pênis, alterações na inervação do pênis ou fatores endocrinológicos (homens com DE devem sempre fazer a dosagem da testosterona).
Pode ser também devido a algumas doenças locais no pênis, como o aparecimento de fibroses.
-> Como tratar?
O tratamento clínico consiste após avaliação médica com especialista, sendo de primeira linha: psicoterapia, drogas orais (inibidores da fosfodiesterase tipo 5) e de segunda linha: drogas intracavernosas, bomba de vácuo.
Quando esses também não funcionam, podemos lançar mão da cirurgia de implante da prótese peniana, cujo objetivo é proporcionar uma rigidez adequada ao pênis. As próteses podem ser maleáveis ou infláveis.
O tratamento, deve ser sempre feito acompanhado do seu médico para avaliar qual melhor, seus riscos, efeitos colaterais e contra-indicações.
Rizek Hajjar Gomides é médico, formado pela Uniceplac – Brasília. Especialista em Clínica Médica pelo Hospital IGESP – SP. Especialista em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – InCor. Fellow em CardioOncologia pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP e InCor. Tem consultório próprio em Brasília e escreve no Portal 6. Siga-o no Instagram: @rizekhajjar