Justiça pelo jovem de Anápolis que ficou paraplégico após ser atacado com golpes de martelo na cabeça

Tribunal do Júri condenou criminoso a 12 anos de prisão. "Foi um dos casos mais graves que já vi na minha carreira", detalha promotor responsável ao Portal 6

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Promotor Eliseu Belo segura a mão de mãe da vítima (à esquerda), que se encontra em cadeira de rodas (à direita). (Foto: Arquivo Pessoal/Eliseu Belo)
Promotor Eliseu Belo segura a mão de mãe da vítima (à esquerda), que se encontra em cadeira de rodas (à direita). (Foto: Arquivo Pessoal/Eliseu Belo)

Um homem foi condenado a 12 anos de prisão em Anápolis, em júri popular, após uma cruel tentativa de homicídio, ocorrida no ano de 2018. O julgamento foi concluído nesta quinta-feira (26).

Ao Portal 6, o promotor de Justiça Eliseu Belo trouxe mais detalhes a respeito do caso, o qual ele descreveu como “um dos mais graves que já vi durante os meus 19 anos de carreira”.

Conforme consta nos autos do processo, no dia 05 de maio de 2018, a vítima, de 29 anos à época, tinha ido a um bar no bairro Alexandrina, para tomar algumas bebidas e relaxar.

No entanto, por volta das 17h, o réu – Mauro Felipe do Nascimento, com 50 anos atualmente – adentrou no estabelecimento enquanto o jovem saía do local.

Naquele momento, os dois ainda não se conheciam. Contudo, o breve contato visual foi o suficiente para enfurecer o autor do crime.

“O que você está me olhando? Você está bom de levar umas facadas”, disse Mauro, no que a vítima tentou apaziguar e ir embora do bar.

Mas o homem não manteve a calma e começou a perseguir o jovem pela rua. Não se sabe o porquê, mas naquela ocasião, o acusado estava carregando um martelo e uma faca consigo.

Assim, ele desferiu dois golpes contra o crânio da vítima, ocasionando uma fratura e exposição de massa encefálica.

Não satisfeito, Mauro ainda desferiu três facadas contra o jovem, que já estava desacordado, perfurando o pulmão dele.

A vítima foi enviada a um hospital, onde teve a vida salva pelos médicos que o atenderam. Porém, ela perdeu a movimentação da cintura para baixo e não consegue mais falar, se comunicando apenas por gestos com a cabeça.

“Ele entende o que acontece ao redor dele, mas só o básico. É uma situação muito trágica. A mãe, que é a única que cuida dele, afirmou que, antes, ele era um rapaz que praticava esportes, falava sem problemas, andava pelo bairro”, explicou Eliseu Belo.

O promotor de Justiça ainda destacou que Mauro já possuía uma extensa ficha criminal, por violência contra a mulher, furto, tráfico de drogas, dentre outros crimes.

“Como ele fugiu do local, só foi preso alguns meses depois. Em meados de 2021 ele foi solto, com a condição de usar uma tornozeleira de monitoramento eletrônico. No entanto, ele quebrou a tornozeleira e só foi encontrado no final de setembro deste ano”, detalhou.

Dessa forma, a Justiça de Anápolis pôde dar prosseguimento ao julgamento do réu no dia 26 de outubro.

Assim, Mauro foi condenado por tentativa de homicídio duplamente qualificado – em decorrência de motivo fútil e emprego de meio cruel para a prática criminosa.

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