Anápolis foi o local escolhido pela Embraer para realizar novos testes com o caça Gripen

Essa é a primeira vez que uma campanha de testes do tipo é realizada fora de São Paulo; características anapolinas foram fundamentais para decisão

Davi Galvão Davi Galvão -
Anápolis foi o local escolhido pela Embraer para realizar novos testes com o caça Gripen
Caça Gripen na Base Aérea de Anápolis. (Foto de uso exclusivo do Portal 6)

Apesar da forte onda de calor ter gerado diversos contratempos para os anapolinos, ao menos serviu para um bom propósito. Isso porque a Força Aérea Brasileira (FAB) aproveitou altas marcações dos termômetros para uma rodada de testes com o caça F.39 Gripen.

Engenheiros da Embraer vieram para a Base Aérea de Anápolis, com o intuito de realizar uma campanha voltada para climas quentes, na qual o avião é submetido a temperaturas elevadas, para verificar como o sistema se comporta em situações extremas.

Em uma das etapas dos testes, o Gripen foi deixado diretamente sob o Sol por longos períodos, a fim de avaliar se a estrutura do aeromotor apresentaria algum defeito.

Conforme os especialistas explicaram, a combinação de calor e altitude – muito evidentes em Anápolis nas últimas semanas – se revela como um desafio tanto para o motor quanto para os sistemas de resfriamento da aeronave.

Daí a importância de realizar testes e treinamentos em outras localidades. É como explica o engenheiro de ensaio em voo da Saab, Erik Magnusson, responsável pelos testes de climas globais.

“Estamos acostumados a fazer testes em Gavião Peixoto [município de São Paulo onde está localizado o Centro de Ensaio de Voo do Gripen], mas essa é a primeira campanha de testes que estamos fazendo em outro lugar”, afirmou.

Ao longo de três dias, o piloto de testes Jonas Jakobsson realizou percursos aéreos a uma temperatura média de 32 °C, em trajetos de aproximadamente uma hora.

“Os resultados iniciais foram positivos e confirmaram muito do que já havíamos previsto. Os dados de todos os sensores agora serão utilizados para validar que o Gripen pode operar com excelente desempenho em regiões com clima quente, seco e de altitude elevada, como o encontrado no Brasil, ou em qualquer outro local do mundo com temperaturas semelhantes”, afirma Eduardo Kitada, engenheiro de sistemas da Embraer, responsável pelos testes de clima no Brasil.

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