Especialista aponta principais desafios do Plano de Mobilidade de Goiânia

Município tem até o dia 12 de abril para garantir investimentos federais para pasta

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Especialista aponta principais desafios do Plano de Mobilidade de Goiânia
Goiânia. (Foto: Divulgação/ Sefin)

Ciclovias integradas com os terminais, sincronização dos semáforos e uma reforma extensa das vias são apenas alguns itens que, segundo especialista, são urgentes e devem ser incluídos no Plano de Mobilidade de Goiânia (PlanomobGyn). Porém, pouco se sabe sobre o andamento da matéria, que precisa ser entregue até o dia 12 de abril ao Governo Federal.

Atualmente, o plano está em análise na Casa Civil e ainda precisa ser submetida à Câmara Municipal para então ser sancionada. Todo o processo precisa ser concluído em aproximadamente dois meses para que o município receba investimentos federais para a mobilidade.

Vale ressaltar que o Legislativo se encontrava em recesso até o dia 6 de fevereiro. Questionada pelo Portal 6, a Secretaria de Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplahn) se manteve em silêncio quanto ao andamento da matéria.

Propostas necessárias

Entretanto, ao Portal 6, o geógrafo e coordenador técnico do Fórum Permanente de Mobilidade (Mova-se), Miguel Ângelo Pricinote, que apontou quais são as maiores necessidades enfrentadas em Goiânia.

“Hoje, nosso principal desafio é a falta de uma infraestrutura adequada tanto para pedestres e ciclistas, quanto para o transporte coletivo”, apontou.

Nesta segunda-feira (29), o governador Ronaldo Caiado (UB) anunciou investimentos na ordem de R$ 1,6 bilhão no transporte público da Grande Goiânia, que serão investidos principalmente na reforma de terminais, abrigos de ônibus e renovação de frota.

Contudo, segundo o especialista, é preciso ainda implementar corredores de ônibus em locais de alta movimentação, como as Avenidas T-7, T-9, Mutirão e Independência. “Adianta muito pouco ampliar a oferta de ônibus sem ter a infraestrutura adequada para gerar maior velocidade”.

A sincronização semafórica é outro item que Miguel aponta como necessário estar no PlanmobGyn para que o trânsito flua de forma mais eficiente.

“Outro ponto é em relação aos estacionamentos. Precisamos de uma maior análise de estacionamento e uma área azul inteligente. Isso ainda pode gerar recurso para a própria pasta”, disse.

Por fim, ecoando o que ciclistas vêm pedindo há anos, o coordenador do Mova-se destacou que as ciclovias e ciclofaixas são especialmente importantes para separar e descongestionar o trânsito, principalmente integradas aos terminais, devidamente equipados com bicicletários.

“Ainda tem a questão das calçadas, que precisam melhorar, iluminação e sinalização”, apontou.

Quanto à introdução de outra modalidade, como Veículos Leves Sob Trilhos (VLT) e metrô, o geógrafo explicou que já não se pode esperar que a novidade seja implementada na capital.

“Num planejamento ideal, as questões ferroviárias já deveriam ter acontecido no estado de Goiás, antes desse crescimento descontrolado. Hoje, não é mais viável”.

O Mova-se foi consultado em duas ocasiões na gestão passada da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), explicou Miguel, momento em que a pasta se mostrou disposta a iniciar as mudanças propostas. Apesar do curto prazo para a entrega do plano, ele afirma que é possível elaborar um material satisfatório desde que tenha como base as sugestões apresentadas, ainda em 2022.

“Na ultima reunião, estava pronto para ser votado, e já tem mais de um ano. Até hoje, não foi feito essa validação”, finalizou.

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