Por falta de repasse da Prefeitura, mulher corre o risco de ficar cega: “não consegue andar sozinha mais”

Há quase três meses, família aguarda pela entrega da verba que permitirá realização da cirurgia necessária

Davi Galvão Davi Galvão -
Por falta de repasse da Prefeitura, mulher corre o risco de ficar cega: “não consegue andar sozinha mais”
Eliana Marinho da Silva já teve o olho esquerdo completamente tomado pela catarata. (Foto: Arquivo Pessoal)

Um completo breu. É apenas isso que Eliana Marinho da Silva, de 55 anos, consegue enxergar com o olho esquerdo. Como se não bastasse, a dona de casa, que já tenta há meses agendar uma cirurgia em Anápolis, agora corre o risco de também perder a visão do que lhe faz par.

Todo esse drama foi relatado pela própria filha, Manuella Marinho Pinto, de 23 anos, que, desesperada, buscou o Portal 6 para denunciar o descaso e insuficiência do poder público municipal em tratar da condição da mãe.

Conforme relatado, foi em setembro de 2023 que Eliana, que já tinha miopia, começou a ter dificuldades para enxergar com o olho esquerdo. A família procurou atendimento médico e recebeu o diagnóstico de catarata. Ao final do ano, com a progressão da doença, a visão foi completamente perdida.

“A gente procurou a Prefeitura, realmente conseguimos consultar com o oftalmologista, confirmou a catarata e já entramos com os exames, todos os testes que precisávamos fazer para conseguir marcar a cirurgia. Só que aí, na hora de marcar o procedimento, a equipe lá do hospital [Hospital Oftalmológico de Anápolis] falou que não tinha liberado a verba ainda”, contou.

Com todos os exames prontos já por volta do final de dezembro, Manuella aguarda, há quase três meses, a liberação de verba por parte da administração municipal para que a mãe possa, enfim, tratar a catarata.

Como se a situação já não fosse crítica o bastante, desde o começo do ano, Eliana passou a também apresentar perda de parte da visão do olho direito, o que tornou tarefas rotineiras, tidas como simples, um verdadeiro desafio.

“Na rua, ela não consegue mais andar sozinha, fica esbarrando nos postes, pendendo para o lado. Em casa, ela adorava cozinhar, mas agora sempre que precisa picar uma carne, um legume, ela corta os dedos. Isso porque ainda vê um pouquinho, mas e se o olho direito ficar sem visão?”, questionou a filha.

O que está sendo feito?

O Portal 6 buscou contato com o Hospital Oftalmológico de Anápolis, na tarde desta quinta-feira (14). A gestão do local afirmou que as cirurgias já haviam sido retomadas, bastando apenas os pacientes ingressarem na fila de espera.

Porém, informada disso, Manuella entrou novamente em contato com a unidade, tentando marcar o procedimento. Porém, recebeu a contrastante informação de que a situação não havia se alterado, com as intervenções cirúrgicas seguindo paralisadas desde setembro do ano passado.

A previsão era de que a Prefeitura regularizasse o cenário ainda em janeiro, o que não aconteceu.

Por conta disso, ainda de acordo com o hospital, não haveria possibilidade de encaixe em alguma fila de espera. A jovem foi orientada a tentar novamente na próxima semana, mas ainda sem garantias.

Portal 6 também tentou contato com a Prefeitura, para conseguir uma estimativa de quando o repasse irá ocorrer, mas, mais uma vez, não houve resposta.

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

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