Mesmo sob nova gestão, Terminal Rodoviário de Anápolis ainda é motivo de medo para passageiros: “parece uma cracolândia”

Pessoas que frequentam o local também denunciaram estado precário da higiene e a sensação de perigo de estar sozinho no espaço

Davi Galvão Davi Galvão -
Mesmo sob nova gestão, Terminal Rodoviário de Anápolis ainda é motivo de medo para passageiros: “parece uma cracolândia”
Imagens revelam realidade preocupante do Terminal Rodoviário Josias Moreira Braga. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Repleto de lixo”, “fedido”, “sem nenhuma limpeza” e uma “completa falta de segurança”. Foram estas as palavras utilizadas por um funcionário do Terminal Rodoviário Josias Moreira Braga para descrever o estado atual das instalações.

O relato pode até soar similar à forma com que o espaço foi descrito em uma reportagem do Portal 6 realizada no início de março, apontando os mesmos problemas.

Porém, ao que tudo indica, mesmo após a Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico (Sinart) ter sido contratada pela Prefeitura para assumir os cuidados do local, o cenário não se alterou.

Em imagens enviadas à reportagem, um funcionário, que preferiu não ter o nome divulgado, revelou que há mais de um mês absolutamente nenhum funcionário, seja da Prefeitura ou da Sinart, apareceu para cuidar da limpeza.

Lixo se acumula no interior da rodoviária. (Foto: Arquivo Pessoal)

“O banheiro ali, faz mais de mês que não lava, uma baderna, o cheiro é insuportável. Mês passado eu achava que tinha muito lixo, mas estava errado, hoje tá mil vezes pior”, contou.

No registro, também é possível ver as lixeiras do local, transbordando de dejetos, além de “montanhas” de materiais descartados.

Outro ponto que preocupa quem frequenta o local é a completa ausência de equipes de segurança.

“Não tem uma pessoa para ficar vigiando, aí ‘os nóias’ fazem o que querem: roubar, furtar. À noite isso aqui está um caos e de dia parece que está de noite”, continuou o trabalhador.

Experiências de quem precisa do serviço

Letícia Franco, estudante na Universidade Federal de Goiás (UFG), precisa se deslocar de Anápolis – onde reside – até a capital, quase que diariamente, tanto pelos estudos quanto para ver a família.

A jovem já havia sido ouvida pela reportagem no mês de março e confirmou que, agora, sob a nova gestão, a situação continua tão ruim quanto – “se não pior”.

“Parece que não fizeram nada. Aí como junta problema atrás de problema, virou essa coisa que está hoje. Vir aqui sozinha, sem nenhum amigo, é muito perigoso”, contou.

Posicionamentos

Portal 6 buscou a Prefeitura de Anápolis, que informou que, desde o dia 16 de abril, a Sinart está responsável, em caráter emergencial por, dentre outras obrigações, a manutenção predial, gerência e segurança do local.

Já a administração pública fica responsável pela fiscalização destes trabalhos, através da Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Modernização.

A reportagem também procurou a Sinart, porém, o endereço de e-mail da empresa, disponibilizado no site oficial, não recebia mensagens, tampouco a seção da ouvidoria registrava os pedidos.

Por fim, a equipe de jornalismo enviou os questionamentos para uma seção da empresa responsável por outro terminal, já que o de Anápolis não aparecia dentre as opções. Contudo, não houve resposta em tempo hábil. O espaço para posicionamento segue aberto.

Leia a nota da Prefeitura na íntegra:

A Prefeitura de Anápolis, por meio da Secretaria de Indústria e Comércio, informa que, desde o dia 16 de abril, a Sinart, que assinou contrato emergencial válido por 12 meses, está operando no Terminal Rodoviário Josias Moreira Braga. Entre as obrigações da empresa estão a manutenção predial, gerência, fiscalização e segurança. O contrato emergencial é fiscalizado pela Prefeitura de Anápolis, através da Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Modernização.

É importante ressaltar que a pasta também dá andamento ao processo de licitação definitivo do Terminal Rodoviário Josias Moreira Braga.

 

 

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