Queimadas aparecem mais cedo em Anápolis neste ano; saiba quanto é a multa e como denunciar
Diversos moradores do município procuraram o Portal 6 para denunciar as sérias consequências provenientes da prática
Tradicionais durante os meses de agosto a setembro em Goiás, as queimadas, muitas vezes provocadas pelo período de seca no estado, têm se adiantado e chegado mais cedo para os moradores de Anápolis.
A prova disso é que diversos moradores do município procuraram o Portal 6 para denunciarem problemas recorrentes, ocasionados por conta dessa prática ilegal.
Cinzas nos móveis, no chão e até mesmo em eletrodomésticos. Muito além da estética da casa limpinha, as queimadas podem acarretar sérias doenças respiratórias, prejudicando toda a comunidade, assim como o meio ambiente.
Um desses exemplos é uma moradora do bairro Maracanãzinho, que há 10 anos convive com muita sujeira na residência em que vive. Segundo ela, os problemas surgem periodicamente, quando um vizinho, dono de um lote baldio nas proximidades, coloca fogo na propriedade.
Em entrevista à reportagem, a mulher contou que o proprietário realiza as queimadas anualmente, quando o mato do lote começa a ficar alto e por conta disso, é preciso muito tempo para que todo o local seja tomado pelo fogo.
“É um sofrimento que não é só de um dia, uma semana, um mês. Ficamos seis, sete meses sofrendo depois com as queimadas que eles fazem nesse loteamento”, explicou a esteticista.
Segundo ela, após realizar o processo, as cinzas ficam presas nos telhados e, com o tempo, começam a cair, ocasionando uma incansável rotina de limpeza nas casas, sujando móveis, tapetes e até mesmo carros.
“A gente sufoca aqui dentro de casa com essa fumaça, ficamos esperando as próximas chuvas para abaixar. O problema é que, em época de seca, a chuva só vem no finalzinho, aí precisamos conviver com isso”, relatou, inconformada.
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Um problema de todos
Além das dificuldades com limpeza, a mulher ainda explicou que as questões são ainda mais sérias, como quando uma das cortinas de casa pegou fogo por conta das faíscas. Os problemas vão muito além da sujeira, atrapalhando o dia a dia dos moradores do bairro na região Norte de Anápolis.
“Meu vizinho mora com uma senhora acamada e de idade, então, assim, essa poeira, essa cinza, eu tenho certeza que prejudica demais a saúde dela”, disse.
Um transtorno, que é comum entre todos que moram por ali, também atrapalha funcionários que trabalham no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE), que fica nas proximidades do lote baldio.
Resolução
O Portal 6 entrou em contato com a Prefeitura de Anápolis, que, em nota, explicou que fiscalizações são realizadas pela Diretoria de Fiscalização Ambiental, a fim de encontrar possíveis criminosos que estejam causando os transtornos.
O órgão ainda destacou que aplica multas para quem for pego realizando as queimadas ilegais, com valores chegando até R$ 5 mil.
Confira a nota completa da Prefeitura de Anápolis sobre as queimadas ilegais:
“A Prefeitura de Anápolis informa que a Lei Federal de Crimes Ambientais e o Decreto 6.514/2008 estabelecem normas rigorosas para a prevenção e punição de queimadas. A fiscalização dessas normas é realizada pela Diretoria de Fiscalização Ambiental, parte da Secretaria de Habitação e Planejamento Urbano.
Conforme o decreto, a multa mínima para quem for pego realizando queimadas ilegais é de R$ 5 mil. Os infratores estão sujeitos a sanções administrativas, civis e penais.
Vale lembrar, que as queimadas causam sérios problemas respiratórios e prejudicam toda a comunidade, além de afetar gravemente a fauna silvestre. É essencial que todos colaborem para evitar essas práticas e proteja o meio ambiente.
Denúncias sobre queimadas podem ser feitas à Fiscalização Ambiental pelo Zap da Prefeitura”.