Mulher de Anápolis é encaminhada ao IML após encontro com suposto advogado: ‘legista disse que só viu isso em pessoas mortas’

Ao Portal 6, filho da vítima relatou ter encontrado calcinha da mãe dentro da bolsa dela, enrolada em um papel higiênico

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
IML de Anápolis. (Foto: Reprodução)

Lesões íntimas geralmente encontradas quando uma mulher é morta ou é espancada. Essa teria sido a análise dada por um médico legista ao examinar uma moradora de Anápolis, que foi deixada na porta de casa em completo estado de confusão mental, dopada e sem parte das roupas íntimas. O caso foi registrado na Polícia Civil (PC).

Ao Portal 6, o filho dela, que não terá a identidade revelada em proteção à vítima, conta que o pesadelo na vida da família perdura desde a última sexta-feira (31).

A mulher, de 49 anos, estaria conhecendo um suposto advogado da cidade e, na ocasião, tinha marcado de se encontrar com ele para tomar um café. O pontapé inicial seria o estacionamento da loja Havan, localizada na Avenida Juscelino Kubitschek. 

A vítima teria entrado no carro do suspeito às 13h23, após receber uma ligação dele um minuto antes (conforme registro telefônico do aparelho). Já nesse momento, lhe foi oferecido uma bebida, julgada supostamente como água, que logo foi tomada.

É a partir desse momento em que as sensações ficam desconexas e há um hiato de 02h30 sobre o que de fato ocorreu com a mulher. Isso por que, em torno das 16h, ela foi deixada na porta de casa pelo suposto advogado. Logo após avistá-la, a mãe da vítima passou a suspeitar da situação.

A observação ocorreu quando, de cara, notou que a filha se encontrava em completo estado de confusão mental e aparentava estar sob efeito de alguma droga.  

Um dos pontos que também a fez questionar o homem sobre a situação foi o fato de que a mulher havia saído de casa com o próprio veículo e, por isso, não entendeu o motivo da carona. 

Como resposta às indagações, o suspeito afirmou que a vítima havia passado mal na loja da Havan e que ele decidiu dar uma carona para ela até a residência. 

Preocupada com o estado da filha, a mãe pediu para que ele as levasse até o hospital, o que, inicialmente, havia sido acatado por ele. No entanto, ao entrar em casa para pegar os pertences, o homem fugiu e deixou a vítima na calçada. 

Mesmo confusa, a mulher ainda teria reiterado que não se lembrava do que havia acontecido nas últimas horas e, por repetidas vezes, questionou o motivo de estar sem calcinha. A peça foi encontrada pelos familiares dentro da bolsa dela, enrolada em um pedaço de papel higiênico.

Ida até o hospital 

Cerca de três horas após ser deixada em casa, o filho da mulher chegou até a residência, em torno das 19h, e levou a mãe até uma unidade de saúde. 

De acordo com ele, a mesma percepção de que a vítima havia sido dopada também teria sido apontada por profissionais do hospital que, inclusive, orientaram a família a registrar o boletim de ocorrência. 

Na sequência, eles se deslocaram até uma delegacia da PC, mas, devido ao efeito da substância ingerida, a mãe não conseguiu prestar depoimento. 

Eles seguiram até o Instituto Médico Legal (IML), onde foram informados que a vítima tinha lesões graves nas partes íntimas, supostamente provenientes de uma violência sexual. 

“Quando o médico legista viu minha mãe, ele lamentou muito. Disse que era a primeira vez que ele tinha visto aquilo daquela forma. Geralmente, quando alguma mulher chegava lá dessa forma, ela estava morta ou espancada”, afirmou o filho à reportagem. 

Pós-trauma

Segundo o filho, desde a situação, a mãe relata não lembrar exatamente do ocorrido e que alguns recortes do encontro com o suspeito vêm à tona de forma desconexa. 

“Minha mãe diz que lembra como num sonho porque ela estava sob efeito de droga. Ela lembra que ele ofereceu água para ela em um copo de alumínio e disse ‘Bebe logo, meu bem, bebe logo’. Ela diz que, como num sonho, ele fazia o ato com ela, mas ela não conseguia enxergar o rosto dele”, relatou.

Um dia após o caso, o profissional ainda teria entrado em contato com a família para saber como a mulher estava e afirmou “estar preocupado” com ela. 

Segundo o filho da vítima, um pedido de medida protetiva foi pedido, mas a solicitação não foi atendida. Ele afirma que entrará com um novo em breve.  

“É uma situação que deixa a gente… não sei nem como explicar. A minha mãe está comigo agora. Eu trouxe ela para morar comigo. Ela está com medo”, concluiu.

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