Médico explica sobre sustância proibida usada por falsa biomédica de Goiânia que levou influenciadora à morte

Proibida para fins estéticos pela Anvisa, componente plástico é utilizado, principalmente, em lentes odontológicas

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Médico explica sobre sustância proibida usada por falsa biomédica de Goiânia que levou influenciadora à morte
Aline Maria Ferreira tinha 33 anos e realizou a operação na clínica Ame-se, em Goiânia. (Foto: Reprodução/Redes Sociais/Google Street View)

Conhecida como PMMA, o Polimetilmetacrilato, substância aplicada pela dona da clínica de estética Ame-se, no Setor dos Funcionários, em Goiânia, Grazielly da Silva Barbosa, que culminou na morte da influenciadora brasiliense Aline Ferreira, de 33 anos, é considerada como sendo uma substância de máximo risco, com classificação IV. 

Proibido para fins estéticos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o item consiste em um componente plástico utilizado como matéria-prima para a produção de lentes odontológicas, por exemplo. 

Conforme explica o membro e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Luiz Haroldo Pereira, caso aplicada, a substância pode acarretar em uma série de complicações na saúde. 

O pior cenário elencado pelo profissional é a embolia – obstrução de uma artéria – provocada por uma injeção dentro do vaso sanguíneo, que pode levar a um problema pulmonar e à morte. 

“Um bom médico obviamente não utiliza qualquer produto que seja proibido ou não seja indicado pela SBCP. Então, pessoas que querem ‘milagres’ na estética, buscam por esteticistas, biomédicos e profissionais não habilitados para aplicar essas substâncias, levando a consequências fatais”, diz. 

De acordo com ele, mesmo após a realização do procedimento e um aparente êxito, ainda sim a substância pode causar danos futuros e desenvolver complicações na saúde. 

“O silicone industrial ou PMMA é uma partícula pesada. Quando injetado no glúteo, vai descendo e encontramos até nas pernas, gerando uma série de complicações de membros inferiores”, explica. 

Ele ainda ressalta que, mesmo proibido para fins estéticos, o procedimento é feito de forma indiscriminada e, frequentemente, pacientes acabam falecendo em decorrência da aplicação. 

Para evitar o uso, o médico recomenda procedimentos similares, como bioestimuladores, para obter resultados semelhantes ao PMMA. 

“Hoje nós temos os bioestimuladores, a base de ácido hialurônico, próteses de silicone e até mesmo o enxerto de gordura. Lembrando que todos devem ser feitos por um cirurgião plástico em ambiente hospitalar”, afirma. 

Gabriella Pinheiro

Gabriella Pinheiro

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, está sempre atenta aos temas que impactam o dia a dia da população. Começou como estagiária no Portal 6 e, com dedicação e olhar apurado, chegou à editoria. Tem interesse especial na prestação de serviços, mas não dispensa uma boa reportagem ou uma história bem contada.

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