Golpistas “ostentação” desviaram mais de R$ 40 milhões da Caixa Econômica para manter vida de luxo em Goiás

Organização criminosa mantinha mais de 40 imóveis, além de carros de luxo e relógios de grife

Samuel Leão Samuel Leão -
Operação da Polícia Federal (PF). (Foto: Divulgação/PF)

Uma investigação articulada pela Polícia Federal (PF) descobriu uma quadrilha que fraudava empréstimos rurais na Caixa Econômica Federal (CEF), usando o dinheiro para ostentar carros de luxo, joias e viagens nas redes sociais.

Eles teriam desviado mais de R$ 40 milhões e atuavam nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Acreúna e Rio Verde.

Batizada de “Paper Land”, a operação investigou a organização criminosa que era composta por empresários, funcionários públicos e advogados. Os crimes foram percebidos pelas autoridades quando um Cartório recusou um registro de contrato de crédito rural, feito pelo grupo.

“Eles realizavam falsificações grosseiras, fraudando selos e assinaturas, e também sofisticadas, envolvendo certidões de matrícula em cartório, de registro de imóveis. Um profissional credenciado da Caixa super-avaliava imóveis em até 700% ou até avaliava imóveis inexistentes”, contou o delegado Vitor Bueno Cardoso, coordenador da ação.

Utilizando essas avaliações falsas, eles compareciam em uma agência da CEF, onde a gerente também estava envolvida no esquema. Assim, os imóveis eram dados como garantia hipotecária nos empréstimos e financiamentos rurais.

No total, foram cumpridos 18 mandados em 13 localidades diferentes. Apenas em 2023, eles teriam adquirido mais de 40 veículos, muitos de luxo ou aquáticos.

O grupo criminoso teve cerca de 48 imóveis sequestrados pela PF, além também da apreensão de bens em cripto ativos.

Vida de luxo

Integrantes do esquema ostentavam os bens nas redes sociais, inclusive um deles, no último mês, teria feito e publicado fotos e vídeos de uma viagem pela Europa. Foram apreendidos carros da BMW, Porsche, Dodge Ram, jetskis e até relógios de grifes.

Segundo as investigações, os crimes praticados podem somar penas que ultrapassam os 42 anos de reclusão, para alguns dos investigados. Foram tipificados crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção.

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