De Goiânia para o mundo: pai de melhor tenista juvenil do Brasil foi inspiração para sucesso de atleta

Conhecido como Guto, adolescente vem de família apaixonada pelo esporte e ocupa primeiro lugar no ranking nacional

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
De Goiânia para o mundo: pai de melhor tenista juvenil do Brasil foi inspiração para sucesso de atleta
Guto Miguel está entre os 100 melhores jogadores juvenis do mundo (Foto: Arquivo pessoal)

Às vezes, por trás de um grande atleta, há um pai que, todos os dias, o leva aos torneios, acompanha os treinos e não o deixa duvidar de si. Esse é o papel que Luis Miguel, de 46 anos, assumiu com os três filhos – um deles sendo a estrela do tênis, Luis Augusto Miguel, de 15 anos, nascido em Goiânia.

“O atleta é um tripé. É família, treinador e atleta. Sem essas três bases, não funciona”, destacou ele ao Portal 6. O pai aparenta saber o que fala, já que o adolescente, conhecido como Guto, ocupa o primeiro lugar do ranking nacional juvenil da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), na categoria de 16 anos.

Entre os sub 18, ele é o mais novo do top cinco, ocupando a quinta posição. Em escala global, é reconhecido como o 90º melhor jogador pela Federação Internacional de Tênis (ITF) Juniors.

De segunda a sexta-feira, Guto treina duas vezes ao dia. Pela manhã, passa de uma hora e meia a duas horas em quadra e mais uma hora com treino físico. No período vespertino, a duração é maior, com duas horas e meia em quadra e mais uma hora e meia de físico. Ao lado, estão os pais.

A paixão do líder nacional pelo esporte foi herdada. Luis começou a própria história no tênis aos 08 anos. “Eu sempre joguei, desde minha infância, pela adolescência e como adulto. Então, acabei levando isso para os meus filhos”, relatou.

O interesse foi natural. Ao acompanhar o pai nos torneios, as crianças logo ansiaram por uma raquete. Então, aos 05 anos, Luis Felipe, o mais velho, com 20 anos, teve o pedido atendido. Quando os demais atingiram a idade, também receberam as respectivas raquetes. Primeiro, Luis Felipe, com 17, e, por fim, Guto.

“Eu batia bola com eles, mas as aulas eram com professores especializados”, disse.

Não demorou muito para que todos apresentassem um desenvolvimento excepcional e começassem a competir em torneios infantis. Aos 06 para os 07 anos, já foram introduzidos ao mundo competitivo e Guto rapidamente se tornou um destaque. Em abril deste ano, foi campeão masculino do Roland Garros Junior Series, em São Paulo (SP), e chegou a competir em Paris.

“É uma sensação que não sei nem descrever. Está acontecendo tudo muito rápido. Como dizem os treinadores não só do Brasil, como do mundo inteiro, enxergam nele um menino fora da curva. Ele joga muito bem e tem uma boa perspectiva de futuro, de chegar a ser um atleta profissional mesmo”, disse o pai, orgulhoso.

Apesar de ter a própria trajetória no esporte, Luis procura ocupar a posição de pai e não de treinador. “Meu papel é incentivar e conduzir pelos bons caminhos. De dois anos para cá, confiei muito nos treinadores dele para que tomassem conta dentro de quadra e nos torneios. Não fico falando para fazer tal jogada. Eu fico por fora, torcendo para colocar para cima, e é muito importante essa parte. É bom ele sentir que a gente está junto dele”.

Agora, a família se prepara para disputar no M25, em Belém (PA), que contabiliza pontos para o ranking da Associação Internacional de Tênis Profissional (ATP, em inglês).

 

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