Mãe sofre para pagar tratamento da filha que foi abusada pelo pai enquanto estava em estado vegetativo

Mesmo preso, marido de Nilza pediu compensação financeira em processo de divórcio e, agora, mulher luta para manter casa onde vive

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Nara sofreu três paradas cardíacas decorrentes da Covid-19 (Foto: Captura/Instagram)

Nilza Boaventura, de 52 anos, já enfrentou mais desafios que uma pessoa suportaria. Nara, filha dela de apenas 26 anos, carrega sequelas da Covid-19 que a deixaram em estado vegetativo.

Contudo, mesmo vulnerável e sob cuidados do pai, a filha engravidou após ter sido estuprada pelo homem. Agora, Nilza luta para conseguir manter a casa em Anápolis. Isso porque um processo de divórcio segue em andamento e a outra parte exige compensação, mesmo atrás das grades.

O caso revoltante foi descoberto em meados de 2023, quando Nara começou a passar mal com febre e enjoo. Internada com suspeita de pneumonia na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), médicos realizaram uma bateria de exames. Em um deles, constataram uma gravidez de 10 semanas.

Tendo contato sem supervisão apenas com o pai, ficou claro quem seria o responsável. Assim, no dia 11 de abril de 2023, o homem foi preso, e permanece atrás das grades até hoje.

Ao Portal 6, Nilza revelou que ingressou com um pedido de divórcio contra o marido, com o qual ficou casada por 30 anos, após os abusos virem à tona. No entanto, essa não será uma missão fácil.

Isso porque a Justiça determinou que seria necessário partilhar os bens, incluindo a casa onde a família mora e o carro usado pela mulher.

Para conseguir manter a posse integral da residência, a mulher manifestou interesse de compra da parte do marido. Mas, esse valor é de R$ 125 mil, algo muito difícil de se atingir.

Isso porque a mãe precisa custear não só as despesas comuns da família, como também os custos para tratar a saúde da filha.

Somente o tratamento extensivo de Nara, que envolve ao menos um fonoaudiólogo e um fisioterapeuta, além de dezenas de fraldas e medicamentos, custa R$ 3 mil ao mês.

No entanto, como é servidora comissionada em Anápolis, ela não tem garantia de um emprego fixo a partir da troca de gestão.

Nas redes sociais, a família recebe ajuda por meio de campanhas e rifas, suficientes para pagar apenas os profissionais contratados para o tratamento. As doações são recebidas por meio da chave Pix 62992031854.

Aos finais de semana, Nilza trabalha em eventos. No tempo livre, vende tortas e doces com a outra filha.

“Meu foco é conseguir uma quantia para poder ter condições de pagar o tratamento da Nara. Entre a casa e a Nara, a prioridade é a Nara. Não quero ficar sem dinheiro para pagar os profissionais, para fazer o tratamento certinho”, desabafa.

Por fim, Nilza destacou que também passou a fazer terapia e percebeu que vivia em uma situação abusiva ao longo das três décadas de casamento.

“Eu só quero paz e vou lutar para conseguir. Apesar das dificuldades, depois de 30 anos, agora é a primeira vez que tenho um pouco de paz. Paz e esperança”, diz.

 

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