Veja a lista de alvos da operação que afastou juiz e cumpriu mandados contra advogados e assessores em Goiás

Filhos de magistrados são suspeitos de integrarem esquema

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Imagem mostra fachada do Tribunal de Justiça de Goiás. (Foto: Divulgação/TJGO)

O suposto esquema de fraudes de sentenças milionárias, que ocasionou o afastamento e a determinação do uso de tornozeleira eletrônica do juiz titular da Comarca de Silvânia, Adenito Francisco Mariano Júnior, já conta com 23 de pessoas sob investigação da Polícia Civil (PC). Dentre os nomes, estão servidores públicos, assessores, advogados e um contador, que supostamente faziam parte do crime.

Conforme nota emitida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), foram cumpridos mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares em desfavor do magistrado que apura indícios de corrupção passiva, fraude processual, organização criminosa e lavagem de ativos. 

Entre os nomes listados, estão os de Antônio Fernando Gornattes Mariano, João Paulo Gornattes Mariano Pedro e Gustavo Gornattes Mariano, que são filhos do magistrado. 

Além deles, constam os advogados: Aderaldo Junior de Queiroz, Flavio Xavier de Castro, José Boris Pelles Júnior, Márcia Aparecida Gonçalves, Raul Luiz Tedesco Reis, Samir Washington Nogueira Filho, Renato de Oliveira Mota, Tácio Constantino dos Santos, Tamara de Sousa e Vinicius Emídio Justo.

Outros a aparecerem na lista são Matheus Ricardo de Sousa Ferreira e Vinícius Lourenço da Silva (assessores do juiz); Cristiano Oliveira de Siqueira (procurador da Alego); Leandro Alves da Silva (contador) e Raphael César de Oliveira Santos Souza (empresário).  

Investigação 

Segundo o inquérito, há indícios de que os envolvidos emitiram notas promissórias falsificadas e fraudadas, determinando o bloqueio dos valores e levantando quantias para transferências milionárias, em três ocasiões. Em uma delas, foram enviados R$ 9 milhões.  

“Surgiram evidências de possíveis práticas pelo juiz, assessores, bem como por advogados e contador, de supostas condutas tipificadas no Código Penal como crimes”, diz a denúncia. 

A operação, intitulada “Dura Lex, Sed Lex”, foi feita em conjunto com o Ministério Público de Goiás (MPGO), através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e polícias Civil e Penal.

Foram apreendidos itens como agendas, anotações, dispositivos portáteis de armazenamentos removíveis (como pendrives, CDs, DVDs, cartões de memória), além de tablets, celulares, smartphones e outros. Também foram pegos cheques, relógios, joias, pulseiras, brincos, pedras preciosas e outros. 

Segundo a nota, para evitar prejuízos, o juiz de Direito Fábio Borsato foi designado para responder pela comarca, assim como a diretora do foro da capital, Patrícia Bretas, para auxiliar nos serviços da diretoria do foro do município. A corregedoria-geral da justiça enviará força tarefa para realizar imediata inspeção extraordinária na comarca de Silvânia.

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