Paciente denuncia falta de maca adequada, constrangimento e até dias sem banho no Heana
“Eu só tenho 35 anos e passei por tudo isso, mas tem idoso e crianças passando pela mesma situação”, diz
Desde que deu entrada no Hospital de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo na madrugada do último sábado (17), uma paciente – que prefere não se identificar – vem sofrendo uma série de condições que causaram não só dor, mas também um trauma psicológico.
Após ter passado por uma cirurgia delicada no braço e antebraço – que quebraram em três partes – ela padece pelo improviso e falta de privacidade.
Conforme ela, desde então, a maca que está utilizando é a do Corpo de Bombeiros – que não é apropriada para esse tipo de recuperação – e que foi colocada em frente a porta do banheiro. “Toda hora a porta batia em mim, tinham que me arrastar para o lado e a anestesia acabando”, relembra.
Cerca de 4h depois, a colocaram no corredor o que, em tese, deveria sanar um pouco a angústia. “Mas era logo na entrada e meu braço não cabia na maca, já que o ferro é bastante pesado e me machucou muito”, diz.
Outro improviso, relatou, é que a maca não tinha estabilidade – então a saída encontrada foi descer e colocar no chão. Nesse momento, com a superlotação, ela virou alvo de esbarrões e choques no braço que tinha, há poucas horas, passado por procedimento cirúrgico. “Fiquei nessa situação de sábado até quarta-feira (21) e sem acesso a banheiro”, conta.
O banheiro é outro episódio. Quando conseguiu tomar banho em cima da maca era constantemente surpreendida por pessoas estranhas, de ambos os sexos, entrando no cômodo. “Não era falta de privacidade só, é falta de respeito, te vendo nua ali”, relata.
Ela conta que ela chorava em cada sessão para se lavar. “Hoje tenho trauma de mexer na cama de tanto que me machucaram”, diz. Nesse ponto, ela deixa claro que não foi nenhum erro médico, o desdobramento é ocasionado pela falta de estrutura e superlotação.
“Eu só tenho 35 anos e passei por tudo isso, mas tem idoso e crianças passando pela mesma situação”, diz.
Consigo, acredita que vai carregar outros traumas ao longo da vida. “Eu não consigo fazer xixi, fiquei dois dias sem fazer porque não há estrutura alguma. Inclusive, quando era para trocar fraldas era na frente de todo mundo”, desabafa.
Procurada, a assessoria do Heana informou que, em função da ausência do nome da paciente, não é possível responder às demandas da reportagem.
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