Político, monarcas e até mesmo o papa: conheça história por trás do nome que Goiânia quase teve
Apesar de ter sido inaugurada em 1933, cidade ficou dois anos sem possuir uma identificação oficial
Completando 91 anos de história, Goiânia chega a 2024 sendo considerada uma das cidades mais belas do Brasil. Isso se deve ao planejamento realizado para a construção do município, no qual foram idealizados os mínimos detalhes, tudo para a preparação do que viria a ser a mais nova capital de Goiás.
No entanto, dentre tantas particularidades deste projeto, uma delas passou despercebida: o nome. A cidade, que foi inaugurada em 1933, só foi receber uma titularidade dois anos depois, em 1935.
À época, quando foi fundada, a região ainda não possuía um registro oficial, sendo chamada pelos moradores de “futura capital” ou “nova capital”, em referência à transferência da sede administrativa do estado da Cidade de Goiás.
Buscando uma identificação para a terra, o então governador Pedro Ludovico Teixeira — responsável pelo projeto — decidiu lançar uma enquete para escolher o nome para o local.
Assim, ainda em 1933, o jornal “O Social” da Cidade de Goiás divulgou o concurso “Como se deve chamar a Nova Capital?”.
Não demorou muito para chegarem várias sugestões para batizar a cidade, uma vez que o vencedor teria direito a uma assinatura do noticiário por dois anos.
Com isso, no dia 26 de outubro do mesmo ano — dois dias após o aniversário do município — o resultado foi anunciado: o nome mais votado pela população foi “Petrônia” — mas não se sustentaria por muito tempo.
Criado por Léo Lynce, natural de Pires do Rio, a identificação serviria como uma homenagem a Pedro Ludovico, além de também relembrar os antigos monarcas do Brasil: Dom Pedro I e Dom Pedro II, e a Pedro, discípulo de Jesus e primeiro papa da Igreja Católica.
Contudo, o fundador da cidade não se satisfez com o resultado — mesmo sendo uma homenagem para ele — e ignorou os votantes, escolhendo, por conta própria, outro título candidato: Goiânia.
Caramuru Silva do Brasil, um professor da Cidade de Goiás, foi o responsável pela palavra, que, além de ser sonora e gráfica, para ele também possuía um sentido histórico.
No entanto, com apenas dois votos, o do próprio criador e de uma também professora chamada Zanira Campos Rios, o título não chamou muita atenção das pessoas.
Isso não foi o suficiente para parar Pedro Ludovico, que decidiu abrir mão da opinião popular e criar um decreto no ano de 1935, batizando a cidade como “Goiânia”.