Grupo de médicos e dentistas alega falta de pagamento e mobiliza suspensão de atendimentos do Ipasgo; plano rebate
Paralisações nos atendimentos de saúde deve durar 48h e tem início marcado para esta terça-feira (18)
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Por meio de um comunicado, o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) anunciou que realizará uma suspensão dos serviços durante, pelo menos, 48h, com início já nesta terça-feira (18) e quarta-feira (19).
A medida tem como foco servidores credenciados ao Ipasgo Saúde, após o plano não atender uma série de reivindicações apresentadas pela categoria, dentre elas a retenção de valores descontados nas remunerações pagas aos médicos no início de fevereiro deste ano. O plano de saúde, por sua vez, afirma que sequer foi procurado pelo sindicato oficial ou extraoficialmente – inclusive sabendo da situação por meio da imprensa.
Além disso, parte dos trabalhadores também solicita a “continuidade dos profissionais que já estão em exercício”, a fim de garantir estabilidade, assim como a manutenção da assistência à população.
Na nota, assinada pela presidente do sindicato, Franscine Leão, foi informado que a paralisação serve como “advertência” aos gestores responsáveis, cobrando esclarecimentos e providências para corrigir a situação.
O Portal 6 chegou a contatar o Simego na última sexta-feira (14), antes de a suspensão ser oficialmente anunciada, solicitando informações acerca das motivações.
Na ocasião, a associação relatou que ainda aguardava resposta por parte do Ipasgo e que, caso não fosse respondida, daria continuidade ao plano de paralisação, como visto já nesta segunda-feira (17).
O que diz o Ipasgo?
O Ipasgo Saúde, por sua vez, declarou não ter conhecimento das demandas, uma vez que não foi procurado, tampouco algum documento oficial chegou a ser encaminhado por parte do Simego.
Além disso, o plano de saúde sustentou que “desconhece qualquer falta de pagamento à rede” e que tomou conhecimento do ocorrido somente após o assunto ser vinculado pela imprensa.
A instituição ainda apontou que tem realizado os repasses corretamente, sendo que entre os dias 31 de janeiro e 14 de fevereiro os profissionais que atendem pelo plano receberam R$ 18,2 milhões – valor que se somou ao montante de quase R$ 1 bilhão, acumulado desde setembro de 2024.
Não o bastante, o comunicado também destacou que os profissionais envolvidos na paralisação não possuem vínculo empregatício com a empresa e, portanto, “têm plena autonomia para solicitar descredenciamento a qualquer tempo”. O Ipasgo Saúde ainda enfatizou que a suspensão unilateral dos atendimentos constitui descumprimento contratual, podendo resultar em penalidades que incluem a rescisão do contrato.
Apesar disso, o plano de saúde reiterou que o movimento é realizado por “um grupo específico de médicos e odontólogos” e não deve impactar toda a rede credenciada do Ipasgo Saúde, mantendo os serviços normalmente.
Confira as notas na íntegra:
Nota do Simego:
“O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás – SIMEGO – no uso de suas atribuições legais e estatutárias, informa a toda a sociedade goiana, em especial aos usuários dos Planos de Saúde mantidos perante o Ipasgo Saúde, que haverá paralisação dos atendimentos realizados pelos médicos do Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás (Ipasgo Saúde), a partir das 07:00 (sete) horas do dia 18 de fevereiro de 2025 (terça-feira), por 48 (quarenta e oito) horas, finalizando às 07:00 (sete) horas do dia 20 de fevereiro de 2025, sendo esta deliberação tomada em Assembleia Geral Extraordinária Permanente realizada no dia 10 de fevereiro do ano em curso, como forma de advertência, uma vez que os gestores responsáveis, não atenderam à pauta de reivindicações apresentadas pela categoria. Os atendimentos classificados como sendo de urgência e emergência serão mantidos, conforme a lei determina.”
Nota do Ipasgo Saúde:
“O Ipasgo Saúde foi surpreendido pelo anúncio de paralisação dos atendimentos por um grupo de médicos e odontólogos, sem qualquer comunicação prévia à instituição, o que fere diretamente as regras contratuais estabelecidas.
O maior plano de saúde do Estado de Goiás esclarece que esses profissionais não têm vínculo empregatício com o Ipasgo Saúde. São autônomos e instituições independentes, que atendem aos beneficiários com base em contratos de credenciamento. Portanto, eles têm plena autonomia para solicitar descredenciamento a qualquer tempo, desde que respeitadas as condições pactuadas, inclusive a continuidade do atendimento aos beneficiários durante o prazo de aviso prévio.
O Ipasgo Saúde nunca foi procurado ou recebeu um documento oficial do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) para tratar de pauta reivindicatória e desconhece qualquer falta de pagamento à rede credenciada, uma informação que tomou conhecimento por meio da imprensa.
A instituição pode provar que, desde setembro de 2024, repassou aos prestadores quase R$ 1 bilhão. Só nos dias 31 de janeiro e 14 de fevereiro de 2025, os profissionais que atendem beneficiários do plano de saúde receberam R$ 18,2 milhões. Caso, de forma excepcional, algum prestador identifique pendências, essas devem ser formalmente comunicadas para que o Ipasgo Saúde possa apurar e adotar, com celeridade, as providências cabíveis.
A suspensão injustificada e unilateral dos atendimentos aos beneficiários constitui descumprimento contratual, que pode resultar em sanções, incluindo a rescisão do contrato e o descredenciamento do prestador. Por isso, o Ipasgo Saúde está monitorando a situação de perto e tomará todas as medidas necessárias para assegurar o cumprimento das normas, para fazer com que os direitos dos beneficiários sejam respeitados, para garantir plena assistência e que a qualidade no atendimento seja mantida.
A paralisação foi anunciada por um grupo específico de médicos e odontólogos e não impacta toda a rede credenciada do Ipasgo Saúde, a maior de Goiás, composta por quase cinco mil pessoas físicas e jurídicas. Hospitais, clínicas e a rede própria do plano de saúde mantêm atendimentos regulares às quase 600 mil vidas que estão sob os cuidados da instituição.
O Ipasgo Saúde tem compromisso inegociável com a excelência, a continuidade dos serviços prestados e com diálogos responsáveis, construtivos e legítimos. A transparência, a ética e o respeito aos nossos beneficiários são valores que norteiam nossas ações.”