Denúncia do presidente do Goianésia foi pontapé para investigação de manipulação de partidas de futebol

Aliciador ofereceu R$ 300 mil para dirigente e investimento milionário no clube se ele vendesse resultados de partida

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Denúncia do Presidente do Goianésia foi pontapé para investigação de manipulação de partidas de futebol
Polícia Civil de Goiás deu início a investigação de manipulação de jogos de futebol. (Foto: Divulgação/ PCGO)

Na manhã desta quarta-feira (09), a Polícia Civil (PC) concedeu uma entrevista coletiva explicando a investigação da operação “Jogada Marcada”, que apura suspeitas de manipulação em partidas de futebol, teve início após uma denúncia do presidente do Conselho do Goianésia Esporte Clube, Marco Antônio Maia.

Conforme o delegado Eduardo Gomes, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), o dirigente do clube relatou que recebeu uma proposta de um aliciador, pedindo para que ele “vendesse” cinco jogos do clube interiorano.

“Esse articulador queria fazer um investimento no time, porém, o time tinha obrigação de, em qualquer momento do campeonato, ceder para essa pessoa cinco resultados, aonde, através desses resultados, ele poderia fazer as apostas e teria aí o retorno do investimento”, detalhou o chefe da investigação.

Os valores girariam na casa de R$1 milhão para o clube, mais R$ 300 mil para Marco Antônio Maia. Só que, o que surpreendeu o aliciador foi o fato de que Alcir Marques era um delegado de polícia, e rapidamente registrou a denúncia do caso.

Crime organizado

Assim, já estaria aí consumado um crime, que foi a oferta de valores para manipulação dos resultados. A partir desse ponto, a PC tomou a iniciativa de investigar ainda mais profunda a denúncia, visto que poderiam ter outros times envolvidos no esquema.

Com isso, a apuração conseguiu identificar uma organização criminosa, dividida de forma hierárquica em três “núcleos”.

São eles:

  • O núcleo dos financiadores, que são pessoas que injetam o dinheiro para que as apostas e os jogadores ou profissionais da área permitam essa manipulação dos resultados.
  • O grupo intermediário, que é do aliciador, pessoas que têm contato com jogadores, treinadores ou até árbitros de futebol.
  • Os próprios profissionais de futebol, como os jogadores, dirigentes, técnicos e árbitros.

“A nossa investigação marcou e chegou a um ex-presidente de um clube de futebol do Ceará, um árbitro da Federação Paraibana, além de três ex-jogadores futebol, que atuavam no Norte e no Nordeste”, apontou Eduardo Gomes.

Apesar da denúncia ter partido de Goiás, nenhum clube goiano foi identificado, até o momento, como envolvidos no esquema criminoso.

Equipes das séries A e B do Brasileirão também não estão na mira das investigações, até o momento.

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