Veja os absurdos que sargento grávida da aeronáutica ouviu de major, em Anápolis
Expressões como “jumenta, além de frases pejorativas contra o peso da vítima, são algumas das que compõem o extenso cardápio de assédio moral que ela enfrentava na Ala 2


A sargento grávida da Força Aérea Brasileira (FAB) que atuava pela Ala 2 da Base Aérea de Anápolis, alega ter enfrentado diversos abusos de uma superior, como humilhações pelo peso e ameaças de desligamento caso apresentasse atestados médicos. Diversos áudios foram registrados por ela, inclusive, com colegas de trabalho próximos rindo em forma de deboche.
Rápidas teve acesso ao material, que não será publicado para proteger a identidade dos envolvidos, mas que está transcrito a seguir:
“Você vai emagrecer, por que vai comer bolo?”
Em outro, ela relata para uma superiora que há uma confraternização, em outra ala, e diz que foi convidada para comer bolo.
“Vai ter a despedida, como se fosse uma confraternização. Ela me chamou para comer bolo, na sessão dela”, e ouve, em resposta: “não, você vai emagrecer, por que vai comer bolo?”.
“Militar com transtorno de ansiedade não pode permanecer na FAB”
A sargento também registrou o momento que uma oficial diz que a Força Aérea Brasileira (FAB) não pode ter militares com transtorno de ansiedade, apontando que ela seria dispensada caso continuasse apresentando dispensas por motivos de saúde.
“Você vai esperar os 7 dias passarem, quando ela voltar, você vai chamar ela e falar assim: eu espero que tenha sido uma situação pontual, porque o militar com transtorno de ansiedade não pode permanecer na FAB. O militar com transtorno de ansiedade acaba tendo problemas de serviço, na guarda, acaba não trabalhando, é um salário que a gente paga que a gente não tem retorno, porque a pessoa está sempre com dispensas”, disse a superiora.
“Se as dispensas forem excessivas, a gente nem espera a data do engajamento, a gente já manda embora por desempenho da administração. Além disso, seu desempenho já está baixo, e desse jeito não vou assinar o seu engajamento”, complementou ainda.
Outro ponto alegado por ela é ter tido apenas 10 minutos, cronometrados, para realizar os almoços na Ala 2, para onde foi transferida em agosto de 2024. Todo esse cenário acabou contribuindo para o quadro de saúde da sargento.
Como a sindicância interna considerou que não ocorreram abusos, agora ela pretende acionar o Judiciário para buscar as medidas cabíveis e conseguir ser compensada pelas situações vivenciadas na função.
Confira, a seguir, a nota oficial emitida pela FAB acerca do caso:
A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Comando de Preparo (COMPREP), informa que foi instaurado um processo administrativo com o intuito de apurar os fatos, concluindo que não foram identificadas evidências que confirmassem as alegações de assédio moral.
Destaca-se, ainda, que a militar, do quadro temporário, continua integrando o efetivo da Instituição.
A FAB reforça o seu compromisso com a ética e a justiça, sempre prezando por uma comunicação transparente e responsável.