Não é Goiânia, nem Anápolis: conheça as 6 cidades mais antigas de Goiás
Capital e maior polo econômico do estado ficam de fora da lista que revela os verdadeiros berços da história goiana


Muita gente acredita que Goiânia ou Anápolis estão entre as cidades mais antigas de Goiás, por causa de sua importância econômica e populacional.
Mas, na verdade, o surgimento do estado está profundamente ligado ao ciclo do ouro no século XVIII.
Foi nesse período que bandeirantes paulistas penetraram o interior do Brasil e fundaram os primeiros núcleos urbanos — muitos dos quais ainda preservam seu charme colonial e importância cultural.
Confira agora as 6 cidades mais antigas de Goiás que foram fundamentais para a formação histórica, econômica e cultural do estado.
1. Goiás (antiga Vila Boa de Goiás) – 1727
A cidade de Goiás, também chamada de Goiás Velho, foi fundada em 1727 por Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera) durante a corrida do ouro.
Ela foi a primeira capital do estado de Goiás e permaneceu como sede do governo até a inauguração de Goiânia, em 1937.
Seu conjunto arquitetônico e urbanístico colonial é tão importante que, em 2001, a cidade foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO. É também terra natal da poetisa Cora Coralina, uma das mais respeitadas escritoras brasileiras.
2. Pirenópolis (antigo Arraial de Meia Ponte) – 1727

(Foto: David Rego Jr/Divulgação/Governo Federal)
Fundada no mesmo ano que Goiás, Pirenópolis surgiu como Arraial de Meia Ponte, também por causa do ouro encontrado na região.
A cidade ficou conhecida por sua arquitetura colonial bem preservada, festas religiosas tradicionais — como a Festa do Divino — e suas belezas naturais, que a tornaram um dos principais destinos turísticos do Centro-Oeste.
Hoje, é um polo cultural e ecológico, atraindo visitantes do Brasil e do exterior.
3. Corumbá de Goiás – 1730
Localizada próxima a Pirenópolis, Corumbá de Goiás também nasceu no ciclo do ouro.
Pequena e acolhedora, a cidade conserva seu casario antigo e igrejas do período colonial.
Além de seu valor histórico, é muito visitada por turistas que buscam natureza e tranquilidade, especialmente por causa da famosa cachoeira do Salto de Corumbá, com cerca de 50 metros de altura.
4. Luziânia (antiga Santa Luzia) – 1746

Vista aérea de Luziânia. (Foto: Divulgação)
Luziânia foi fundada com o nome de Santa Luzia, por agricultores e mineradores que seguiam o Rio São Bartolomeu.
O nome foi alterado em 1943, em homenagem ao padre Luiz, figura importante na fundação da cidade.
Hoje, Luziânia é uma das maiores cidades do estado, com forte influência na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno. Apesar de moderna, ainda guarda resquícios do passado colonial em sua área central.
5. Jaraguá – 1748

(Foto: Reprodução)
Originalmente um ponto de parada entre arraiais de mineração, Jaraguá acabou se tornando uma cidade com grande vocação econômica.
Após o fim do ciclo do ouro, prosperou com a agricultura e, mais recentemente, se consolidou como um dos maiores polos de confecção do Brasil, com destaque no comércio de roupas.
Seu patrimônio histórico, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha, remete aos tempos da fundação e ajuda a contar sua história.
6. Pilar de Goiás – cerca de 1750

(Foto: Reprodução/YouTube)
Apesar de pequena e pouco conhecida, Pilar de Goiás tem grande valor histórico. Fundada no auge do garimpo de ouro, é considerada uma das localidades mais antigas do estado.
A cidade ainda mantém a arquitetura típica do século XVIII, com ruas de pedra, igrejas antigas e casarões coloniais. É como um museu a céu aberto, silencioso e cheio de memórias do Brasil colonial.
E Goiânia e Anápolis?
Apesar de serem hoje os principais polos urbanos de Goiás, Goiânia e Anápolis surgiram bem depois do ciclo do ouro.
Goiânia foi planejada e inaugurada em 1933 para substituir a antiga capital (cidade de Goiás) e representar a modernização do estado.
Já Anápolis, embora mais antiga que a capital, só começou a se desenvolver significativamente a partir do final do século XIX, com a chegada da estrada de ferro.
Ou seja, por mais influentes que sejam atualmente, nenhuma das duas está entre as mais antigas — posição ocupada por cidades históricas que nasceram nas trilhas do garimpo e deixaram marcas profundas na formação do território goiano.
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