Caso Cristiano Henrique: Ministério Público conseguiu o que a Polícia Civil não fez
No dia do crime, ele entrou na camionete do carpinteiro juntamente com duas garotas de programa depois de uma conversa amigável, mas algo teria ocorrido e ele acabou baleando a vítima

Um caso dado em primeira mão pela Rápidas, ainda em abril, finalmente teve um desfecho, mesmo que preliminar. O policial civil Cristiano Henrique de Oliveira Campos foi denunciado pelo promotor Milton Marcolino por homicídio duplamente qualificado, contra o carpinteiro Cleverson Freitas, e acabou afastado da corporação.
No dia do crime, ele entrou na camionete do carpinteiro juntamente com duas garotas de programa, depois de uma conversa amigável, mas algo teria ocorrido e ele acabou baleando a vítima. O afastamento do policial ocorre 4 meses após o homicídio, em um contexto em que a Polícia Civil (PCGO) teria preferido não afastar o colaborador.
A coluna entrou em contato com a viúva e mãe dos dois filhos da vítima, que aguardava ansiosamente por um desfecho que respaldasse a injustiça vivida.
“Hoje sinto um alívio e, ao mesmo tempo, uma sensação de justiça. Não porque ela já tenha sido plenamente feita — afinal, mesmo que ele seja preso, nada trará de volta o pai dos meus filhos. Independentemente de onde estivesse, do horário ou do que estivesse fazendo, ele não deveria ter pago com a própria vida”, desabafou.
Relembre
Eram 04h da manhã do dia 26 de abril, um sábado, em Aparecida de Goiânia, na região dos motéis, quando o carpinteiro parou a caminhonete e abordou duas garotas de programa, que andavam pela rua acompanhadas do policial civil Cristiano Henrique Oliveira. Após um breve e amigável diálogo, todos entraram no veículo.
Rápidas publicou o vídeo do momento da abordagem, e também da fuga da vítima, que bateu em um muro e acabou falecendo, ainda no dia 28 de abril, dois dias após o ocorrido.
Na época, chamou a atenção o fato do policial ter sido liberado para responder em liberdade pelo crime, além do contexto em que ele estava — caminhando pela região de motéis com duas garotas de programa em plena madrugada.
O agente afirmou ter atirado contra o carpinteiro após descer da caminhonete e perceber ter esquecido o celular. Ao cobrar o motorista, ele diz ter percebido o movimento de sacar uma arma por parte do homem e, de pronto, resolveu disparar para se proteger. Agora, a história que já aparentava ter furos, ganha novos contornos com a intervenção do Ministério Público de Goiás (MPGO).
“Foi covardemente assassinado por quem tinha o dever de proteger, sem qualquer chance de defesa. Ainda assim, tentaram justificar o injustificável, alegando legítima defesa. Felizmente, o Ministério Público, com seriedade e excelência, analisou os fatos e reconheceu que o pai dos meus filhos sequer teve a oportunidade de se defender”, concluiu a viúva.