Bombeiro de folga foi a única pessoa que teve coragem de tentar salvar João Victor
Subtenente Vinícius contou ao Portal 6 de que forma encontrou a criança, detalhando as tentativas de reanimação até à chegada do socorro

Enquanto todos olhavam estupefatos a cena do garotinho João Victor, de 10 anos, sendo eletrocutado no chão, o bombeiro militar Vinicius Regina da Silva, que estava de folga, foi o único que teve coragem de se aproximar da criança e tirá-la do local energizado.
Em entrevista ao Portal 6, ele conta que na hora lembrou do próprio filho, que tem a mesma idade, tomando a atitude de ajudar. “Quando o vi, ele mexeu o braço. Me deu uma motivação de retirá-lo dali, porque eu vi que tinha chance, ainda tinha vida ali”, iniciou.
A partir disso, o militar relatou ter tocado em João Victor e por não ter sentido choque, o pegou pelos braços, desenrolando o fio do corpo dele. Imagens as quais a reportagem teve acesso demonstram a manobra. “A minha vida por uma vida”, citou como outro incentivo.
Ressuscitação
O subtenente contou que precisou desenrolar o corpo do menino para começar as manobras de ressuscitação. “Ele estava todo enrolado no fio. Na perna, na cintura”, lembrou, começando, então, com o procedimento.
O militar disse que tentou reanimar João Victor por cerca de três minutos. “Uns seis a oito ciclos de massagem nele”, enumerou. Após esse tempo, o atendimento avançado chegou, assumindo a situação e encaminhando o garoto para o hospital, que infelizmente não resistiu.
Reflexão
Passada a situação, Vinícius traz uma “máxima” da corporação como reflexão. “Arriscar muito para salvar muito, arriscar pouco para salvar pouco e arriscar nada para salvar nada”. Dentre essas, disse que a intuição o fez “arriscar muito para salvar muito”.
Disse isso porque se João Victor e o fio que estava enroscado no corpo estivessem energizados, ele também levaria um choque. O subtenente, que é católico, acredita em “providência divina”.
“No dia eu tinha ido à missa de manhã cedo, tinha comungado. Eu estava espiritualmente, bem, bem aberto. Nesse último momento dele [do João Victor], vi que mesmo sendo a minha vida ali, eu estaria arriscando muito, mas era para salvar ele”, entende.
O militar ainda relatou que os próprios servidores da Equatorial, que chegaram depois, tiveram precaução máxima com o fio que ainda estaria energizado. “Ninguém triscou no fio”, justificou.
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“Entendi que Deus quis que eu tirasse ele daqui daquele local ali, daquele momento que ele estava ali isolado. Ninguém queria chegar nele”, afirmou, relembrando o momento em que as pessoas estavam afastadas.
Ao final, o subtenente lamentou a morte trágica da criança e a atitude que teve não ter a salvado. “Infelizmente, João Victor não terá a vida de volta”, encerrou.
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— Portal 6 (@portal6noticias) September 22, 2025
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