Bombeiro de folga foi a única pessoa que teve coragem de tentar salvar João Victor

Subtenente Vinícius contou ao Portal 6 de que forma encontrou a criança, detalhando as tentativas de reanimação até à chegada do socorro

Paulo Roberto Belém Paulo Roberto Belém -
Bombeiro de folga foi a única pessoa que teve coragem de tentar salvar João Victor
Bombeiro militar contou ao Portal 6 o que vivenciou no trágico dia em que João Victor morreu. (Foto: Reprodução)

Enquanto todos olhavam estupefatos a cena do garotinho João Victor, de 10 anos, sendo eletrocutado no chão, o bombeiro militar Vinicius Regina da Silva, que estava de folga, foi o único que teve coragem de se aproximar da criança e tirá-la do local energizado.

Em entrevista ao Portal 6, ele conta que na hora lembrou do próprio filho, que tem a mesma idade, tomando a atitude de ajudar. “Quando o vi, ele mexeu o braço. Me deu uma motivação de retirá-lo dali, porque eu vi que tinha chance, ainda tinha vida ali”, iniciou.

A partir disso, o militar relatou ter tocado em João Victor e por não ter sentido choque, o pegou pelos braços, desenrolando o fio do corpo dele. Imagens as quais a reportagem teve acesso demonstram a manobra. “A minha vida por uma vida”, citou como outro incentivo.

Ressuscitação

O subtenente contou que precisou desenrolar o corpo do menino para começar as manobras de ressuscitação. “Ele estava todo enrolado no fio. Na perna, na cintura”, lembrou, começando, então, com o procedimento.

O militar disse que tentou reanimar João Victor por cerca de três minutos. “Uns seis a oito ciclos de massagem nele”, enumerou. Após esse tempo, o atendimento avançado chegou, assumindo a situação e encaminhando o garoto para o hospital, que infelizmente não resistiu.

Reflexão

Passada a situação, Vinícius traz uma “máxima” da corporação como reflexão. “Arriscar muito para salvar muito, arriscar pouco para salvar pouco e arriscar nada para salvar nada”. Dentre essas, disse que a intuição o fez “arriscar muito para salvar muito”.

Disse isso porque se João Victor e o fio que estava enroscado no corpo estivessem energizados, ele também levaria um choque. O subtenente, que é católico, acredita em “providência divina”.

“No dia eu tinha ido à missa de manhã cedo, tinha comungado. Eu estava espiritualmente, bem, bem aberto. Nesse último momento dele [do João Victor], vi que mesmo sendo a minha vida ali, eu estaria arriscando muito, mas era para salvar ele”, entende.

O militar ainda relatou que os próprios servidores da Equatorial, que chegaram depois, tiveram precaução máxima com o fio que ainda estaria energizado. “Ninguém triscou no fio”, justificou.

“Entendi que Deus quis que eu tirasse ele daqui daquele local ali, daquele momento que ele estava ali isolado. Ninguém queria chegar nele”, afirmou, relembrando o momento em que as pessoas estavam afastadas.

Ao final, o subtenente lamentou a morte trágica da criança e a atitude que teve não ter a salvado. “Infelizmente, João Victor não terá a vida de volta”, encerrou.

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Paulo Roberto Belém

Paulo Roberto Belém

Jornalista profissional, com passagem por veículos radiofônicos e impressos. Também possui experiência em assessoria de comunicação. Atualmente, dedica-se à cobertura do cotidiano de Goiás, sempre buscando aprofundar os temas com responsabilidade, sensibilidade e apuração rigorosa.

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