Conheça as “chaminés de fada”, formação rara que pesquisadores da UFG encontraram pela 1ª vez no Brasil

Paisagem impressiona pela extensão e beleza, com cada torre atingindo alturas de até três metros

Natália Sezil Natália Sezil -
Formação geológica foi apelidada de "chaminés de fada". (Foto: Divulgação/Joana Paula Sánchez)
Formação geológica foi apelidada de “chaminés de fada”. (Foto: Divulgação/Joana Paula Sánchez)

Imagine um cenário que parece vindo de outro planeta: esculturas rochosas espalhadas por todo o espaço, em tamanhos diferentes e formatos que lembram chaminés saídas do chão, com montes ao fundo e as estrelas logo acima. Pode até soar como cena de filme, mas uma paisagem assim foi encontrada no interior de Goiás.

Apelidada de “chaminés de fada”, a formação geológica é, na verdade, rara e inédita no Brasil – registrada pela primeira vez no país por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG).

As estruturas, que se assemelham a torres com rochas arredondadas no topo, foram vistas em uma propriedade particular em Campos Belos, no Nordeste goiano, bem na divisa com a Bahia e o Tocantins.

Também chamadas de “demoiselles” (palavra francesa para “moças” ou “donzelas”), tratam-se de camadas de rochas que têm resistências diferentes à erosão – ou seja, se desgastam em velocidades diferentes ao longo do tempo.

A professora de Geologia da UFG que está à frente das pesquisas, Joana Paula Sánchez, explica: são o resultado de um processo chamado erosão diferencial. Na prática, significa que o curso de um rio escavou as partes mais moles das rochas, dando o formato de torres, enquanto as rochas mais duras não foram tão atingidas.

O processo levou centenas de anos para acontecer, resultando em torres que chegam a ter mais de três metros de altura.

Cenários parecidos podem ser visitados ao redor do mundo, na Capadócia (Turquia), no Bryce Canyon (Estados Unidos) e nos Alpes franceses. No Brasil também houve cena similar, no Tocantins, mas a visão goiana se diferencia por alguns fatores.

O primeiro deles é a escala, já que a área é extensa. O segundo é a preservação – como não houve agricultura, gado ou turismo, o local está conservado. O terceiro, por fim, são as alturas.

Turismo

O espaço ainda não está aberto a visitação. O turismólogo Luciano Guimarães, da Goiás Turismo, esclarece que “por enquanto, é um recurso natural, não um produto turístico”.

“É preciso investir em acessibilidade, sinalização, hospedagem, alimentação e guias capacitados. Só com essa estrutura é que o atrativo pode ser comercializado”, completa.

Representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) já foram até o local e abriram um processo, no dia 16 de setembro, para transformar o espaço em uma unidade de conservação.

Já agentes da Goiás Turismo vão visitar a região nesta quinta-feira (09), para colher mais informações, documentar a paisagem e se reunir com o proprietário do local. A ideia é discutir a inclusão de Campos Belos no Mapa do Turismo Brasileiro.

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Natália Sezil

Natália Sezil

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás, é estagiária do Portal 6 e atua na cobertura do cotidiano. Apaixonada por boas histórias, gosta de ouvir as pessoas, entender contextos e transformar relatos em narrativas que informam e conectam o público.

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