Funcionários da Equatorial são indiciados pela morte de adolescente eletrocutada durante tempestade em Goiânia
Polícia Civil finalizou o inquérito e apontou responsabilidade culposa nos servidores que atuavam no monitoramento remoto

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) concluiu o inquérito referente a morte da adolescente Nathaly Rodrigues do Nascimento, de apenas 17 anos, vítima de uma descarga elétrica durante uma forte tempestade em Goiânia, no dia 23 de setembro.
Em entrevista ao Portal 6, o delegado Fernando Alves Barbosa, responsável pelo caso, revelou que três funcionários da Equatorial foram apontados como responsáveis, ainda que de forma culposa, quando não há intenção de cometer o crime. São eles um controlador, um supervisor e um gerente.
Conforme o delegado, cabia a eles a gestão e controle da rede elétrica na região.
“A fiação era da concessionária, isso não há controvérsia alguma. A responsabilidade penal foi atribuída a três funcionários que trabalham nas operações remotas”, sustentou.
A análise do ocorrido foi feita também através das câmeras de segurança do local, que mostram quando, por volta das 16h46, a tempestade pega força e rompe um cabo no local, após curto-circuito.
“Nesse meio tempo, existe um dispositivo, religador automático, que desconecta a energia automaticamente em caso de falhas. Inclusive, é possível vê-lo atuando às 16h46, com as luzes do prédio ao lado se apagando”, explicou.
Às 16h48, a energia volta por alguns segundos, apenas para cair poucos momentos depois, em decorrência de um novo curto, tornando mais uma vez às 17h02 e permanecendo ativa até o choque elétrico, às 17h15.
O delegado sustentou que essas intercorrências na rede foram percebidas pelo setor remoto da Equatorial, que teria desativado o religador automático e, de forma manual, reestabeleceram a energia.
“O centro de operações demorou para entender o que estava acontecendo e em vez de mandar alguém in locu, em determinado momento, saíram do modo automático e foram para o manual. Se tivessem mandado alguém, iam ter visto os cabos mergulhados na água, ainda passando corrente e poderiam ter evitado a fatalidade”, finalizou.
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Consequências
Com o inquérito concluído, o caso será encaminhado ao Ministério Público e os três funcionários da Equatorial podem responder por homicídio culposo e também por lesão corporal culposa, uma vez que outro jovem se feriu no ocorrido.
A reportagem entrou em contato com a concessionária de energia para questionar os acontecimentos, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue em aberto.
Atualização às 12h01 desta quinta-feira (13)
Em nota, a Equatorial afirmou que “não consta nos autos do inquérito policial qualquer relatório conclusivo sobre o caso” e que acompanha o desenrolar das investigações.
Ainda, salientou que em nenhum momento, as informações fornecidas às autoridades mencionam falha ou defeito na rede de energia elétrica da região e a infraestrutura do sistema encontrava-se regular no dia da fatalidade.
Também, reforçou que as manobras adotadas pela equipe seguiram rigorosamente os protocolos.
Além disso, pontuou que laudo da polícia científica concluiu que o evento estava relacionado a fatores externos ao fato. Confira a nota na íntegra:
A Equatorial Goiás esclarece que, até o presente momento, não consta nos autos do inquérito policial qualquer relatório conclusivo sobre o caso. A companhia acompanhará o andamento das investigações pelas vias oficiais e, tão logo tenha acesso formal às conclusões, adotará as medidas cabíveis.
A distribuidora ressalta que, em nenhum momento, as informações fornecidas às autoridades mencionam falha ou defeito na rede de energia elétrica da região. Ressalta-se que a infraestrutura do sistema encontrava-se regular e que as manobras operacionais realizadas no dia do ocorrido seguiram rigorosamente os protocolos técnicos aplicáveis ao setor elétrico e o laudo da polícia científica conclui que o evento está relacionado a fatores externos ao fato, corroborando as informações já apresentadas pela empresa às autoridades.
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