Lista de nomes registrados com nome de doenças no Brasil chocam até mesmo os entrevistadores do IBGE
Curiosa incursão pelas identidades que passam do diagnóstico ao registro civil

Se você acha que “Maria”, “José” ou “Silva” já bastam para impressionar na enorme variedade de nomes brasileiros, prepare-se: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que milhares de brasileiros têm nomes ou sobrenomes que lembram doenças, condições médicas, sintomas ou partes do corpo — e que, por isso, até os próprios entrevistadores se surpreenderam.
Segundo reportagem da revista Veja, o levantamento executivo aponta casos como o sobrenome “Cancer” para 131 pessoas, “Gripe” para 357, e “Dengue” para 29 brasileiros, entre outros registros fora do comum.
A página interativa “Nomes no Brasil”, lançada com base no Censo de 2022, possibilita checar quantas pessoas têm determinado nome ou sobrenome e onde estão distribuídas — e ali é que aparecem registros de nomes como “Dor”, “Tosse”, “Febre”, “Verme” ou ainda partes do corpo como “Olhos”, “Joelho” e “Rim”.
Por que esse fenômeno?
Em parte, trata-se de herança familiar ou sobrenomes raros cujas origens históricas se perderam — “Cancer”, por exemplo, provém do latim para “caranguejo” e pode não ter ligação direta com doença.
Já casos como “Dengue”, todos localizados no estado de Mato Grosso do Sul, são particularmente curiosos: apenas 29 pessoas registradas, segundo o IBGE, concentram esse sobrenome em Campo Grande.
Dentre as estatísticas mais impressionantes estão: 1 524 pessoas com o sobrenome “Manco”, 381 com “Mudo”, 56 com “Surdo”; 242 brasileiros com o sobrenome “Tosse”; mais de 600 com “Dor”.
Também há registros de 34 pessoas chamadas “Aedes” (como o mosquito) e 36 com sobrenome “Verme”.
O resultado não serve apenas para curiosidade — ele demonstra como os critérios de registro civil no Brasil permitem uma amplitude considerável de escolhas e como a diversidade de sobrenomes engloba origens inesperadas.
Além disso, a divulgação pelo IBGE estimula reflexões sobre identidade, estigma e herança. A secretaria técnica do instituto lembra que os dados seguem regras de sigilo — nomes com menos de 20 registros no país podem ter sua geografia suprimida para preservar privacidade.
Quando você preencher formulários ou fazer buscas em “Nomes no Brasil”, talvez se surpreenda com o que aparece — e entender que, atrás de um nome, pode haver genealogia, erro de registro ou brincadeira que virou realidade. Afinal, nomes como “Gripe” ou “Tosse” podem gerar perguntas — e também reflexões sobre como se formam os nossos registros civis.
Em resumo: não é apenas sobre ‘quem’ somos, mas sobre como somos registrados — e, no Brasil, esse registro pode vir com um diagnóstico embutido no sobrenome.
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