A cidade brasileira pouco falada, mas que se desaparecesse faria o preço da carne disparar em todo o país

Qualquer queda na produção desse município afetaria diretamente a oferta nacional e internacional

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
A cidade brasileira pouco falada, mas que se desaparecesse faria o preço da carne disparar em todo o país
(Foto: Reprodução)

Quando pensamos em uma cidade brasileira que realmente influencia o preço da carne no país, muita gente imagina grandes capitais ou polos tradicionais do agronegócio.

No entanto, existe um município pouco falado, mas tão essencial para o setor que, se ele simplesmente deixasse de existir, o impacto seria imediato nas prateleiras dos supermercados.

E não é exagero: o preço da carne subiria de forma brusca. Assim, entender o papel desse lugar ajuda a compreender como funciona a cadeia da pecuária brasileira.

A cidade responsável pelo maior rebanho bovino do Brasil

Estamos falando de São Félix do Xingu, no sul do Pará. Apesar de não ser tão conhecida nacionalmente, ela carrega um título impressionante: possui o maior rebanho bovino municipal do Brasil.

Segundo o IBGE, são mais de 2,5 milhões de cabeças de gado. Para comparação, a população local é de aproximadamente 65 mil moradores — quase 40 bois para cada pessoa.

Com números tão expressivos, o município se tornou peça-chave para o abastecimento de carne no país.

A cidade brasileira pouco falada, mas que se desaparecesse faria o preço da carne disparar em todo o país

(Foto: Reprodução/ Agência Brasil)

Uma área gigantesca e perfeita para a pecuária

São Félix do Xingu tem mais de 84 mil km², sendo maior que países como Áustria e Portugal.

Essa dimensão territorial, somada à fertilidade das terras e à tradição agropecuária, transformou a pecuária na principal força econômica da região.

Além disso, a atividade movimenta empregos, impulsiona empresas de transporte, fortalece o comércio e abastece frigoríficos que distribuem carne para todo o Brasil e também para o exterior.

Cidades como Belém, Goiânia, Brasília e São Paulo recebem carne originada do rebanho local, além de países da Europa, Ásia e América do Sul.

Por isso, qualquer queda na produção desse município afetaria diretamente a oferta nacional e internacional.

Produção forte, mas com desafios ambientais importantes

O crescimento da pecuária em São Félix do Xingu ocorreu junto da expansão de pastagens na Amazônia.

Isso gerou debates sobre desmatamento, queimadas e disputas por terra.

Como o município abriga áreas de floresta nativa, unidades de conservação e terras indígenas, o grande desafio é equilibrar produtividade e preservação.

Ainda assim, vários avanços vêm surgindo. Programas de rastreabilidade do gado, fiscalizações mais rígidas e técnicas sustentáveis — como pastejo rotacionado, integração lavoura-pecuária-floresta e recuperação de áreas degradadas — buscam tornar a produção mais eficiente e menos agressiva ao ambiente.

Uma cidade essencial para o Brasil

No fim das contas, São Félix do Xingu é muito mais do que uma cidade brasileira de interior.

Ela sustenta uma das cadeias produtivas mais importantes do país e influencia diretamente o valor da carne que chega à mesa de milhões de pessoas.

Além disso, vive um momento decisivo: precisa manter sua força no agronegócio, mas também se transformar em referência de sustentabilidade na Amazônia.

O equilíbrio entre produzir e preservar é o caminho para garantir o futuro da região — e do próprio mercado da carne no Brasil.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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