Urban recorre à Justiça e consegue adiar início da greve no transporte coletivo

Nova rodada de negociações entre a concessionária e sindicato já tem data para acontecer

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Urban recorre à Justiça e consegue adiar início da greve no transporte coletivo
Urban é a concessionária do transporte coletivo em Anápolis desde 2015. (Foto: Bruno Velasco).

Uma liminar solicitada pela empresa Urban Mobilidade Urbana de Anápolis e aprovada pela Justiça do Trabalho nesta segunda-feira (07) frustrou os planos do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Município de Anápolis  (SITTRA), que organizava uma greve para esta semana.

Segundo a decisão, expedida pelo desembargador do Trabalho Geraldo Rodrigues Nascimento, a paralisação não pode ocorrer antes que se tenha uma tentativa de negociação entre todas as partes envolvidas e deve ser anunciada com no mínimo 48 horas de antecedência.

Além disso, foi determinado que o sindicato se abstenha de realizar uma greve geral, pelo fato de que o transporte coletivo ser um serviço essencial e que causaria grandes prejuízos para a população do município.

Caso o sindicato descumpra o que foi definido pela ação judicial, será penalizado com uma multa no valor de R$10 mil para cada dia de infração.

Para sanar essa questão, uma audiência virtual foi marcada para a próxima quinta-feira (10), às 9h, para que SITTRA, Urban e Agência Reguladora do Município (ARM) possam  “esgotar as tratativas negociais”.

Apesar de todas as restrições, a liminar não vê ilegalidade na greve, permitindo que 30% da frota seja paralisada nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 50% nos demais horários, caso não se chegue a um acordo.

Contudo, o presidente do SITTRA, Adair Rodrigues, recebeu a decisão com indignação, apontando que o texto torna a paralisação inefetiva e enxerga a medida jurídica como um “complô” contra a classe trabalhadora.

“Nós fomos surpreendidos com a liminar. Estávamos esperando uma contraproposta e recebemos uma sentença. O mais prejudicado de toda essa situação é o trabalhador”.

“Ele não pode ficar sendo lesado, com a inflação lá em cima e o trabalhador não está tendo praticamente nenhum retorno do seu salário no dia-a-dia”, complementou.

Conforme o Portal 6 vem acompanhado, a classe exige um reajuste de salário, que estava previsto para ocorrer em junho do ano passado.

Contudo, uma negociação vem se arrastando desde então, visto que o Sindicato ainda não conseguiu um acordo com a Urban.

A empresa, por sua vez, diz que a pendência é responsabilidade da Prefeitura de Anápolis, que é a encarregada de autorizar o aumento de remuneração, mas que teria ignorado as solicitações da coorporativa.

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