O que os motoristas de Goiânia podem fazer para melhorar o trânsito da capital

Especialista considera imprudência entre os motociclistas e uso irregular do celular como protagonistas de cenários caóticos

Emilly Viana Emilly Viana -
Motociclistas aguardam sinal em Goiânia. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em um ano, Goiânia ganhou mais 8.210 motocicletas nas ruas da cidade. O aumento, aliado ao uso irregular do celular, tem gerado consequências graves para o tráfego na capital – é o que avalia o engenheiro de trânsito Marcos Rothen.

Na Semana Nacional de Trânsito, o professor do Instituto Federal de Goiás (IFG) aponta que a imprudência neste grupo é alarmante. “Em Goiânia, temos a cultura de que as motos são a solução para fugir do trânsito porque podem andar em qualquer lugar. Esse pensamento é diretamente ligado ao aumento de acidentes com motociclistas”, afirma ao Portal 6.

Com o crescimento no número deste tipo de veículo nas ruas da capital, seja pelos que decidem trocar o carro para reduzir custos ou pelo aumento de trabalhadores nos aplicativos de entrega, a tendência é que o cenário piore. “Não é que as pessoas não possam usar a moto, mas tem que ser dentro da segurança. Não dá para continuar achando que subir em calçada é normal”, protesta.

Quando o assunto é a consequência do desrespeito às leis de trânsito, o uso do celular também é protagonista. “Antes, as pessoas utilizavam o celular no trânsito para fazer ligações e já era muito crítico. Agora respondem mensagem ou assistem mídias, o que elevou drasticamente o risco de distração e acidentes durante o uso do aparelho”, avalia.

Fiscalização

Ações educativas são importantes, ressalta o especialista, mas o principal investimento para evitar os problemas deve ser em fiscalização. “De modo geral, o motorista sabe o que tem que fazer no trânsito e quando está agindo errado. É aí que a punição entra, para que ele não se sinta à vontade para burlar as leis”, ilustra.

Neste sentido, segundo Marcos Rothen, a capital pode investir no modelo de vigilância e penalidade de outras cidades goianas. “Anápolis é um bom exemplo a ser seguido neste sentido. A fiscalização, principalmente da direção com álcool, é muito efetiva e tem dado resultados”, elogia.

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