Há bolsas de sangue em Anápolis, mas Semusa não diz porque pacientes estão morrendo por falta de transfusão

Portal 6 esteve no IOHA e constatou que tanto a captação quanto o estoque estão em dia

Caio Henrique Caio Henrique -
Há bolsas de sangue em Anápolis, mas Semusa não diz porque pacientes estão morrendo por falta de transfusão
Geladeira com bolsas de sangue do Instituto Onco-Hematológico de Anápolis (Foto: Caio Henrique)

Imagine ter o médico certo, o hospital adequado e uma decisão judicial em mãos determinando que a Prefeitura de Anápolis autorize a cirurgia cardíaca que você ou seu familiar tanto precisa para não morrer.

Agora, mentalize o coração parando e a vida partindo após meses de espera pelo procedimento que não ocorreu pela ausência de bolsas de sangue.

Essa dura realidade já resultou em cinco mortes no primeiro semestre deste ano, segundo o cirurgião cardiovascular Walter Vosgrau, em denúncia recente ao Portal 6.

“É um absurdo o que estão fazendo com o paciente cardiológico, perder cinco doentes em menos de um ano é muita coisa. Desde o dia 15 de junho, eu não estou operando no Hospital Evangélico, porque não tem sangue”, afirmou.

Por que um item tão básico em um procedimento cirúrgico está em falta nos hospitais? O Portal 6, desde que a situação veio à tona, tenta buscar a resposta e visitou o Instituto Onco-Hematológico de Anápolis (IOHA), responsável por abastecer algumas das principais unidades da cidade, como a Santa Casa, o Hospital Evangélico Goiano, a Maternidade Dr. Adalberto, o Hospital de Queimaduras e as duas UPA’s.

Unidade é responsável pelo abastecimento de sangue de alguns dos principais hospitais de Anápolis (Foto: Caio Henrique)

A reportagem constatou que o estoque do banco de sangue estava em dia, com as geladeiras cheias de bolsas dos mais diversos tipos sanguíneos, tanto para o setor privado quanto para os pacientes do SUS.

Bolsas de sangue do Instituto Onco-Hematológico de Anápolis, localizadas na Agência Transfusional do Hospital Evangélico Goiano (Foto: Caio Henrique)

“Apesar de ser uma empresa privada, o Instituto tem uma postura de jamais deixar de atender qualquer paciente e nunca na história da instituição faltou qualquer tipo de hemocomponente [hemácias, plaquetas e plasma, por exemplo] no município”, garante Eli Rosa, diretor e sócio majoritário do IOHA, em entrevista ao Portal 6.

A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) para que a pasta pudesse explicar o porquê das bolsas de sangue não estarem chegando nas mesas de cirurgia.

Entretanto, nenhum retorno ou explicação foram dados.

*Colaborou Danilo Boaventura

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