Veja imagens da chácara de pastores de Anápolis que abrigava deficientes em condições desumanas
Polícia Civil resgatou 43 homens, que eram espancados rotineiramente e passavam a maior parte do tempo amarrados
Pouco tempo após desmantelar outra clínica clandestina pertencente ao casal de pastores investigado em Anápolis, nesta quinta-feira (31), o delegado Manoel Vanderic divulgou imagens da chácara onde as 43 vítimas estavam trancafiadas.
Em um vídeo gravado pela própria Polícia Civil (PC), é possível ver os homens saindo dos quartos onde ficavam trancafiados.
Ao entrar no local, encontravam-se camas com grades, onde os ‘pacientes’ passavam a maior parte do tempo amarrados e não podiam usar o banheiro, sendo obrigados a urinar em garrafas pet.
Além disso, eles relataram que eram alimentados apenas duas vezes por dia: uma vez pela manhã, com flocos de milho pré-cozidos, e uma vez pela tarde, com arroz com salsicha.
Ao Portal 6, Vanderic apontou que todos os homens que foram resgatados sofriam com deficiência intelectual grave e que recebiam medicações aplicadas pelo próprio casal de pastores, muitas vezes. Apesar disso, eles nunca receberam visitas de médicos, enfermeiros ou psicólogos.
Não o bastante, as vítimas ainda eram surrados ao gritarem, terem crises, desobedecerem ordens ou não cumprirem as tarefas que lhes eram passadas.
“Eu achei essa situação bem mais grave, pois essas deficiências intelectuais, submetidas ao estresse, potencializou os sintomas e a gravidade da doença. Quando foram soltos, um pulou na piscina, outros começaram a se mutilar. A Prefeitura está tendo muita dificuldade em encontrar as famílias, pois muitos vem de outros estados e não conseguem se comunicar. Isso dificulta muito o trabalho de identificação das vítimas”, detalhou.
A operação, deflagrada pela Delegacia do Idoso, ocorreu na manhã desta quinta-feira (31). Com a chegada dos policiais na chácara, dois funcionários que trabalhavam nessa clínica clandestina fugiram pela mata ao redor do local.
Já foram identificados oito envolvidos na operação praticada nas duas clínicas clandestinas. Destes, cinco foram presos, sendo um deles a pastora Suelen Klaus. O pastor Klaus Junior segue foragido.
Manoel Vanderic afirmou que os investigados irão responder por cárcere privado e tortura, ambos qualificados, com penas que podem chegar a 20 anos de reclusão, somados.
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