Pastor que criou ‘campos de concentração’ em Anápolis está em ala especial da cadeia para não ser linchado

Rotina dele, e dos funcionários detidos, também precisa ser diferente de outros privados de liberdade

Samuel Leão Samuel Leão -
Pastor que criou ‘campos de concentração’ em Anápolis está em ala especial da cadeia para não ser linchado
Pastor Klaus está preso em ala separada pelo risco de ser executado pelos outros presos. (Foto: Reprodução)

O pastor Angelo Mario Klaus Junior, responsável por duas clínicas clandestinas, comparadas com ‘campos de concentração’ e que foram desmanteladas pela Polícia Civil, está sendo mantido preso em uma ala especial da cadeia pública de Anápolis.

O Portal 6 apurou que o espaço em que ele está alocado, chamado de “segura”, tem celas individuais e é reservado para pessoas suspeitas de crimes como estupro e violência doméstica e fica afastado de outros detentos.

Isso porque o caso de maus-tratos poderia ter uma recepção negativa por parte dos internos e resultar em linchamentos.

A ala em que o pastor está também tem horários próprios para banho de sol, justamente para que ele não se aproxime dos demais. Já a alimentação é a mesma recebida por outros privados de liberdade.

Também estão em celas separadas, nesta mesma ala, os funcionários das clínicas que foram detidos durante a operação.

Relembre

A descoberta das clínicas chocou todo o país pelas cenas deploráveis de idosos, pessoas com deficiência e dependentes químicos vivendo amarrados à camas, urinando em potes e nas próprias roupas, necessitando de cuidados médicos e alimentação adequada.

Ao todo, mais de 90 pessoas que estavam em cárcere privado foram resgatadas de casas geridas pela instituição, chamada Amparo Centro Terapêutico.

O primeiro flagrante aconteceu no dia 29 de agosto, sendo seguido por outro considerado ainda pior, encontrado no dia 31. Em um primeiro momento, o pastor Klaus chegou a fugir.

A esposa dele, pastora Suelen Klaus, porém, foi presa juntamente com outros quatro funcionários que geriam os espaços.

“Me lembrou do abrigo colônia em Barbacena, que registrou casos que promoveram a reforma manicomial no Brasil. Retiramos da convivência quem não é aceito e simplesmente jogamos fora. É o caso do autista encontrado lá, que foi expulso e trancado como um bicho, simplesmente porque ninguém queria”, relatou o delegado responsável pela operação, Manoel Vanderic.

Já o pastor se apresentou às autoridades no último sábado (02) e, durante depoimento na delegacia, permaneceu calado.

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